• qui. jan 23rd, 2025

A última saída que resta para os habitantes de Gaza é através do Egito. Por que o Cairo está relutante em abri-lo?

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Egito enfrenta uma crescente pressão para tomas medidas enquanto sua vizinha, Gaza, sofre incessantes bombardeios israelenses devido ao ataque de Hamas a Israel no passado final de semana.

Após os ataques de Hamas, Israel fechou suas duas passagens com Gaza e impôs um “cerco total” ao território, bloqueando o fornecimento de combustível, eletricidade e água

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Isso deixa a passagem fronteiriça de Rafah, entre Gaza e Egito, como a única saída viável para evacuar a população do local e permitir que cheguem suprimentos. Porém não está claro se a passagem está operacional.

O lado egípcio da passagem está aberta, mas o palestino “não funciona” devido aos diversos ataques aéreos israelenses da semana, segundo declarou nesta quinta-feira (12) um alto funcionário jordaniano à CNN, o qual acrescentou que “os jordanianos estão esperando autorização da segurança dos israelenses para permitir que os caminhões (de ajuda) atravessem sem ameaça ou outro ataque aéreo”.

O Ministério de Relações Exteriores do Egito negou, nesta quinta-feira (12), as informações sobre o fechamento do cruzamento que tem sofrido danos pelos repetidos ataques aéreos israelenses no lado palestino. A CNN não conseguiu verificar de forma independente se o cruzamento está aberto.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, declarou, na quarta-feira (11), que o governo Biden está em contato com Israel e Egito para a criação de um corredor humanitário pelo qual possam passar os civis.

Mas, o Egito está preocupado a perspectiva que centenas de refugiados palestinos atravessem seu território. Mais de 2 milhões de palestinos moram no enclave costeiro, densamente povoado e sometido a intensos bombardeios israelenses.

Durante a noite de quinta-feira, o exército israelense pediu aos residente do norte de Gaza que evacuassem seus lares e que se deslocassem ao sul, enquanto reuniam 300.000 reservistas na fronteira em aparente preparação para um ataque terrestre. Isso significara o deslocamento massivo de 1,1 milhões de pessoas, segundo a ONU, que acrescentou que seria impossível fazê-lo em 24 horas.

O ataque de sábado de Hamas contra Israel matou 1.300 pessoas, o qual provocou represálias que mataram 1.799 pessoas em Gaza. À medida que se intensificam os ataques, os grupos de defesa dos direitos humanos têm expressado sua preocupação por uma possível catástrofe humana.

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Em discurso nesta quinta-feira, em cerimônia de graduação militar, o presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, comparou a situação do seu país com uma casa solitária em um bairro em chamas. Afirmou que os rumos sobre o Egito não buscar ajuda para seus vizinhos palestinos não são verdadeiros.

“Estamos assegurando que a ajuda, seja médica ou humanitária, nestes momentos difíceis, chegue à faixa”, diz Sisi, acrescentando “nos solidarizamos”. Mas advertiu que a capacidade de Egito para ajudar tem limites.

“Claro que nos solidarizamos. Mas cuidado, enquanto simpatizamos, devemos usar sempre nossa mente para alcançar a paz e segurança de uma maneira que não nos corte muito”, diz, salientando que Egito já acolhe 9 milhões de migrantes. Os grupos mais numerosos de população migramte do país são de Sudão, Síria, Yemen e Líbia, segundo informe de 2022 da Organização Internacional para as Migrações (OIM) da ONU.

O Ministério de Relações Exteriores do Egito alertou esta sexta-feira (13) contra o pedido de evacuação de Israel, classificando-o como “grande violação do direito internacional humanitário” que colocaria em perigo a vida de mais de um milhão de palestinos.

Os palestinos em Gaza não tem lugar seguro frente às bombas de Israel.

O funcionário jordaniano declarou que esta quinta-feira (12) à CNN que funcionários da Jordânia e do Egito estão exercendo “pressão diplomática e política sobre o governo israelense para que permitam o acesso seguro de ajuda a Gaza através da passagem fronteiriça de Rafah”

Um avião com com ajuda médica para Gaza, procedente da Jordânia, chegou quinta-feira à cidade egípcia de Arish, a uns 45 quilômetros de Rafah, e a ajuda foi carregada em caminhões da Media Luna Roja egípcia, que ainda não conseguiu avançar até a fronteira, diz o funcionário.

Contudo, os meios de comunicação egípcios têm feito soar os alarmes frente à perspectiva de permitir a entrada de refugiados palestinos no país, advertindo que poderia deslocar à força os habitantes de Gaza em direção ao Sinai.

Sisi ecoou esses sentimentos nesta quinta-feira (12). “Existe um perigo” quando se trata de Gaza, afirmou, “um perigo tão grande pois significa o fim desta causa (palestina)… É importante que as pessoas (de Gaza) permaneçam de pé em sua terra”.

O rei Abdullah da Jordânia, que se reuniu com Blinken na sexta-feira (13), pontuou contra “qualquer tentativa de deslocar os palestinos de qualquer território palestino ou de provocar seu deslocamento”.

A grande maioria dos residente atuais de Gaza são refugiados palestinos vindos de áreas que caíram sob controle israelense na guerra árabe-israelense de 1948. Aquela guerra marcou a criação de Israel, mas também é lamentada pelos palestinos como Nakba, ou “catástrofe”, uma vez que mais de 700.000 palestinos foram expulsos ou obrigados a fugir dos seus lares onde hoje é Israel.

Dezenas de milhares de palestinos se refugiaram em Gaza, a qual ficou sob controle egípcio depois da guerra. Israel tomou o território de Egito na guerra de 1967 e começou a assentar judeus, mas retirou suas tropas e assentamentos em 2005.

Veja Também: Israel é o 14º país com mais gastos militares no mundo

*Traduzido por Marien Ramos

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

versão original

Fonte: CNN Brasil

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