O projeto do desenho da Ariel, nave espacial que será usada para estudar a atmosfera de cerca de mil exoplanetas (planetas de fora do Sistema Solar), foi aprovado pela Agência Espacial Europeia (ESA), que lidera a missão. O desenvolvimento da nave é feito pela Airbus.
A missão Ariel (Atmospheric Remote-sensing Infrared Exoplanet Large-survey, ou levantamento amplo de exoplanetas por sensoriamento remoto infravermelho atmosférico) vai custar mais de 200 milhões de euros. O objetivo do empreendimento é analisar a composição dos planetas para entender melhor como as estruturas se formaram e evoluíram.
“Observações desses mundos nos proporcionarão conhecimento sobre as fases iniciais da formação planetária e atmosférica, bem como sua evolução subsequente. Isso, por sua vez, contribuirá para a compreensão do nosso próprio Sistema Solar e poderá nos ajudar a descobrir se há vida em outro lugar em nosso Universo e se existe outro planeta semelhante à Terra!” disse Christophe Gabilan, gerente do projeto Ariel na Airbus, em um comunicado.
Fotos: Conheça os planetas do Sistema Solar
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Ilustração representando uma das espaçonaves gêmeas Voyager da Nasa. que entraram no espaço interestelar – o espaço fora da heliosfera do nosso Sol; nossa galáxia é formada por um sol, oito planetas, 290 luas, cinco planetoides ou planetas anões e milhões de asteroides e cometas
Crédito: Nasa/JPL-Caltech -
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Imagem do Sol, principal astro da nossa galáxia; registro foi feito em 30 de outubro de 2023 pelo Solar Dynamics Observatory, da Nasa;
Crédito: Nasa/SDO -
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Mercúrio, primeiro planeta do sistema solar e mais próximo do sol
Crédito: Nasa/Reprodução -
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Visão simulada por computador do hemisfério norte de Vênus, feita a partir da vista da sonda Magalhães, da Nasa
Crédito: Nasa/Reprodução -
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Imagem da Terra obtida pelo Deep Space Climate Observatory, da Nasa
Crédito: Nasa/Reprodução -
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Terra é o terceiro planeta do Sistema Solar; após ele vem Marte, que é 53% menor
Crédito: Nasa/Reprodução -
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Imagem de Marte feita em abril de 1999; são vistas nuvens de gelo de água branca azulada pairando sobre os vulcões Tharsis
Crédito: NASA Mars Global Surveyor MOC/Reprodução -
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Imagem de Júpiter capturada com o Telescópio Espacial Hubble, da Nasa/ESA, para estudar auroras do planeta (como registrada no topo da foto)
Crédito: NASA, ESA, and J. Nichols (University of Leicester) -
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Saturno e seus aneis; o planeta tem 146 luas, mas que não estão visíveis na imagem captada pela equipe de pesquisa
Crédito: Nasa/Reprodução -
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Urano visto pela espaçonave Nasa Voyager 2 em 1986
Crédito: Nasa/Reprodução -
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Foto de Netuno produzida a partir das últimas imagens tiradas pelos filtros verde e laranja da câmera de ângulo estreito Voyager 2
Crédito: NASA/JPL
Astrônomos já encontraram mais de 5 mil exoplanetas — A primeira observação de um planeta fora do Sistema Solar aconteceu em 1995. Agora, a missão Ariel se junta a outros empreendimentos, como a missão Gaia e a CHEOPS, na busca por mais informações sobre esses mundos distantes, alguns deles potencialmente habitáveis.
A recente descoberta, feita pelo Telescópio Espacial James Webb, notadamente através do instrumento NIRSpec, desenvolvido pela Airbus, de metano e dióxido de carbono na atmosfera de K2-18b, um exoplaneta com dimensões 8,6 vezes superiores às da Terra, indica que há muito a ser desvendado na busca por ambientes propícios à vida.
A sonda Ariel deve ser lançada em 2029 por meio de um foguete Ariane 6, e direcionada para uma trajetória de transferência direta até o segundo ponto de Lagrange (L2). Graças ao seu design térmico e mecânico altamente estável, a espaçonave terá a capacidade de conduzir observações de longo prazo do mesmo sistema planeta/estrela por períodos que variam de 10 horas a até três dias.
A missão tem previsão de duração de quatro anos, mas pode ser estendida pelo menos dois anos adicionais.
Como a missão Ariel vai funcionar?
Os equipamentos embarcados na nave vão medir as emissões da estrela sem o planeta para ter uma referência do espectro de radiação na luz visível e em frequências do infravermelho próximo.
“Quando o exoplaneta passa em frente à estrela, a atmosfera do exoplaneta filtra a luz da estrela. Comparar o espectro de luz com e sem o impacto do filtro da atmosfera do exoplaneta permite aos cientistas determinar a composição da atmosfera, em particular moléculas de grande interesse, como água, dióxido de carbono, metano, amônia, entre outras”, explica o comunicado da Airbus.
A missão vai se concentrar em planetas quentes, incluindo as super-Terras e gigantes gasosos que orbitam perto de suas estrelas.
Segundo a Airbus, o levantamento da composição atmosférica desses exoplanetas e o acompanhamento da sua evolução ao longo do tempo vai fornecer dados detalhados à comunidade científica para elaborar e confirmar modelos da composição e evolução dos planetas. As observações da Ariel também devem estabelecer as bases para futuras buscas por vida em outros lugares do Universo e por planetas semelhantes à Terra.
Veja: Telescópio James Webb compartilha novas imagens impressionantes
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O Telescópio Espacial James Webb capturou um close-up detalhado do nascimento de estrelas semelhantes ao Sol na nuvem Rho Ophiuchi, a região de formação estelar mais próxima localizada a 390 anos-luz da Terra.
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Uma das regiões de formação de estrelas mais dinâmicas perto da Via Láctea, localizada em uma galáxia anã chamada Pequena Nuvem de Magalhães.
Crédito: NASA/ESA/CSA/STScI -
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Duas galáxias, conhecidas como II ZW96, formam um redemoinho enquanto se fundem na constelação de Delphinus.
Crédito: NASA/ESA/CSA/STScI -
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Esta imagem composta, tirada dos instrumentos MIRI e NIRCam do Telescópio Espacial James Webb, mostra os aglomerados brilhantes de estrelas e poeira da galáxia espiral barrada NGC 5068.
Crédito: NASA/ESA/CSA -
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As estrelas brilham através do material nebuloso da nuvem molecular escura Chamaeleon I, que está a 630 anos-luz da Terra.
Crédito: NASA/ESA/CSA/STScI -
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Imagem mostra detalhes dos anéis de Saturno.
Crédito: NASA/ESA/CSA/STScI -
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Imagem mostra detalhes dos anéis de Saturno.
Crédito: NASA/ESA -
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Anéis de poeira cercam Fomalhaut, uma jovem estrela fora do nosso sistema solar que fica a 25 anos-luz da Terra.
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A estrela Wolf-Rayet WR 124 foi uma das primeiras descobertas do Telescópio Espacial James Webb, detectada em junho de 2022.
Crédito: Equipe de Produção NASA/ESA/CSA/STScI/Webb ERO -
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Aglomerados brilhantes de estrelas e poeira da galáxia espiral NGC 5068, capturada pelo telescópio James Webb.
Crédito: NASA/ESA/CSA/STScI -
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Webb capturou uma explosão de formação estelar desencadeada por duas galáxias espirais em colisão chamadas Arp 220. O fenômeno é a fusão galática ultraluminosa mais próxima da Terra.
Crédito: NASA/ESA/CSA/STScI -
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A imagem do James Webb do gigante de gelo Urano mostra os incríveis anéis do planeta e uma névoa brilhante cobrindo sua calota polar norte (à direita). Uma nuvem brilhante está na borda da tampa e uma segunda é vista à esquerda.
Crédito: Instituto de Ciências do Telescópio Espacial/STScI
*Publicado por Everton Lopes Batista
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Fonte: CNN Brasil