• sáb. maio 10th, 2025

Assessor de Zambelli diz que pagou hacker com dinheiro de conta pessoal por falta de “fluxo de caixa” na empresa

Ouvir notícia

Um dos alvos da operação realizada nesta semana pela Polícia Federal (PF) que investiga a invasão a sistemas da Justiça, Jean Guimarães Vilela afirma ter enviado de sua conta pessoal R$ 3 mil dos R$ 13 mil repassados pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) a Walter Delgatti, conhecido como o hacker da “Vaza Jato”.

Jean Vilela atualmente é secretário parlamentar de Zambelli. À CNN, o assessor negou que o repasse ao hacker tenha sido realizado com dinheiro da Câmara dos Deputados.

VÍDEO — Zambelli ligou para Bolsonaro nesta semana, dizem fontes

data-youtube-width=”500px” data-youtube-height=”281px” data-youtube-ui=”politica” data-youtube-play=”” data-youtube-mute=”0″ data-youtube-id=”4bCK7Z6PQA0″

Fontes revelaram à reportagem que a PF investiga essa possibilidade, já que no sistema da Câmara há contratos assinados entre outubro de 2022 e abril de 2023 que mostram que a deputada pagou, com verba de gabinete, R$ 94 mil para uma empresa em nome de Jean e Monica Romina Santos de Sousa, sua esposa.

Segundo os documentos, a empresa prestava serviço de divulgação parlamentar para Zambelli. Em maio deste ano, Jean Vilela passou a ser assessor contratado diretamente pelo gabinete da parlamentar e não mais em nome de sua empresa.

Repasse de R$ 3 mil

O atual assessor de Zambelli afirma ter enviado R$ 3 mil a Walter Delgatti por meio de transferência de uma conta bancária em seu nome, e não da conta de sua empresa.

“Foi dinheiro pessoal, direto da minha conta pessoa física. A empresa jurídica do Walter [Delgatti] foi contratada por mim para realizar a execução de melhorias no site da deputada”, completou Jean Vilela.

Questionado sobre a razão de ter usado sua conta bancária pessoal e não da empresa que comanda e prestava serviços para Carla Zambelli, Jean argumentou que, no momento da transferência, a companhia estava sem dinheiro.

“A empresa é minha e da minha esposa. Como não tínhamos fluxo de caixa na empresa, usei da minha conta pessoal para o pagamento a ele”, argumentou.

No entanto, ainda durante a entrevista, o assessor parlamentar afirmou que o dinheiro retirado de sua conta pessoal para o pagamento ao hacker foi ressarcido com um montante que recebeu do gabinete de Zambelli.

“Ela [Zambelli] pagava para que minha empresa executasse serviços de produção, criação, edição e finalização de conteúdo para redes sociais, e, além disso, manutenção do site. A contratação do Walter foi para o site que tinha um alcance muito alto, para melhorar o desempenho”, disse.

Jean Guimarães Vilela destacou ainda que o trabalho que o hacker deveria realizar no site da parlamentar não aconteceu. Por isso, ele teria realizado apenas um pagamento de R$ 3 mil, e uma segunda parcela do mesmo valor ter sido cancelada.

“Sou trabalhador, tudo o que faço é com transparência. Todos os valores foram devidamente lícitos e os meus serviços prestados”, pontuou.

A casa do assessor parlamentar em Brasília foi um dos alvos dos mandados de busca e apreensão da Polícia Federal na última quarta-feira (2). No mesmo dia, Jean Vilela prestou depoimento por cerca de 40 minutos.

“O que o senhor Delgatti fez não cabe a mim dizer, eu não o conhecia, não sei do relacionamento dele com a Carla, só sei e tenho provas cabais do que ele tratou comigo. A deputada nunca me pagou para pagar hacker, isso é narrativa”, colocou.

Também em depoimento à Polícia Federal, Walter Delgatti entregou extratos que mostram que ele recebeu de Carla Zambelli R$ 13.500 nos meses anteriores e posteriores à invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Foi durante o depoimento que hacker também disse à PF que um desses pagamentos foi feito por Jean Vilela.

Fonte: CNN Brasil

Compartilhar Postagem