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Os brasileiros que aguardam liberação para deixar a Faixa de Gaza têm recebido ajuda psicológica pelo WhatsApp.
Uma profissional foi contratada pela Representação do Brasil na Palestina para trocar mensagens com o grupo.
As mensagens são enviadas em árabe. A CNN teve acesso a alguns trechos já traduzidos por diplomatas.
Nos textos, a profissional tenta acalmar o grupo, e explica sintomas comuns diante de situações de conflito e medo.
“É normal agora sentir medo, impotência e ansiedade. Para as pessoas que estão em guerra, pode haver alterações de humor, incapacidade de sentir emoções positivas e indiferença ao que antes era agradável. As pessoas podem chorar e ser agressivas. Essas condições podem mudar, desaparecer e retornar”, diz uma das mensagens.
A profissional também lista o que fazer para manter o controle.
“Respire em quadrado: contando 1,2,3,4 inspire lentamente, contando 1, 2, 3, 4 prenda a respiração, contando da mesma forma enquanto expira pelo nariz, e antes na próxima expiração, pare de respirar, contando de 1 a 4. Continue fazendo isso nos quadrados, sugere.
Outra dica repassada é para que os brasileiros pensem em um lugares onde se sentiriam bem e seguros.
“Imagine se mudar para este lugar. Tente senti-lo e a si mesmo em todos os seus detalhes, tente ouvir os sons e os cheiros. Este exercício ajuda você a mudar e se concentrar no que está acontecendo agora”, acrescentou.
No aguardo
A CNN apurou que 28 brasileiros aguardam repatriação em Gaza. Doze estão em Khan Younes e 16 já na região da passagem de Rafah.
São 14 crianças, 8 mulheres e 6 homens. Todas aguardam autorização para atravessar a fronteira pelo Egito.
Um avião presidencial — enviado na quinta-feira (12) especificamente para resgatar esse grupo de Gaza — permanece em Roma, na Itália. Aguarda apenas autorização para seguir para o Egito.
Diplomacia brasileira
O governo brasileiro tem negociado em todas as frentes na tentativa de viabilizar um corredor humanitário.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ligou no sábado (14) para a autoridade Palestina Mahmoud Abbas. Na sexta (13), já havia conversado com o presidente de Israel, Isaac Herzog. Lula também telefonou para o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi.
Além disso, o Itamaraty não descarta fazer contato com o próprio Hamas para negociar a retirada dos brasileiros.
VÍDEO – Voos da FAB já resgataram 916 brasileiros de Israel
Confira a íntegra das mensagens enviadas por uma psicóloga aos brasileiros em Gaza:
- “A guerra não se limita apenas ao bombardeio e ao combate aberto, mas também inclui ataques de informação e psicológicos. Já vimos todos os casos de psicoatividade. Agora, um grande número de pessoas sofre de fadiga.”
- “É muito difícil para o cérebro estar constantemente neste estado. É por isso que aciona a função de proteção. Uma pessoa se sente exausta, desesperada e mostra sinais de depressão.”
“É normal agora sentir medo, impotência e ansiedade. Para as pessoas que estão em guerra, pode haver alterações de humor, incapacidade de sentir emoções positivas e indiferença ao que antes era agradável. As pessoas podem chorar e ser agressivas. Essas condições podem mudar, desaparecer e retornar.”
O que fazer neste caso:
- “Respire em quadrado: contando 1,2,3,4 inspire lentamente, contando 1, 2, 3, 4 prenda a respiração, contando da mesma forma enquanto expira pelo nariz, e antes na próxima expiração, pare de respirar, contando de 1 a 4. Continue fazendo isso nos quadrados”.
- “Aperte as mãos firmemente em punhos por 10 a 15 segundos. Prenda a respiração. Expire e relaxe os braços ao mesmo tempo. Repita este exercício 3-5 vezes”.
- “Pense em um lugar onde você estava bem e seguro. Imagine se mudar para este lugar. Tente senti-lo e a si mesmo em todos os seus detalhes, tente ouvir os sons e os cheiros. Este exercício ajuda você a mudar e se concentrar no que está acontecendo agora”.
- “Lembre-se de dormir, comer e beber bastante. Mesmo que você não tenha apetite, pelo menos coma alguma coisa – caldo light, frutas secas ou aveia”.
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Fonte: CNN Brasil