Não se quebra um país e fica impune.
O ultralibertário Javier Milei venceu com uma margem considerável de votos o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, em uma das mais emocionantes campanhas dos últimos anos.
Ele mostrou que o desejo de mudança da maioria dos argentinos falou mais alto que a campanha do medo do candidato do peronismo, movimento que é sócio do desastre econômico argentino.
Para além dos desafios óbvios que Milei tem à frente — uma economia distópica, uma inflação fora de controle e metade da população na miséria –, será na política que estará a chave do sucesso do seu governo.
Boa parte das reformas que ele defende precisa de aprovação do Congresso. E ele não tem maioria para isso.
Boa parte das reformas que ele defende precisa de apoio das ruas, que há décadas são controladas pela máquina peronista.
Boa parte das reformas que ele defende precisa de apoio da sociedade civil, e 44% do eleitorado argentino disse não ao seu projeto político.
A história recente argentina mostra haver uma espécie de maldição do antiperonismo no país.
Raul Alfonsín entregou o cargo seis meses antes de acabar.
Eduardo Duhalde renunciou.
E Maurício Macri não se reelegeu.
A história é boa conselheira.
Ou Javier Milei senta para pactuar seu projeto.
Ou o peronismo volta daqui a quatro anos.
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Fonte: CNN Brasil