O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a procuradora-geral interina da República, Elizeta Ramos, tiveram uma rápida conversa durante a posse de Luiz Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo pessoas que presenciaram a cena, Elizeta rompeu o cerco ao redor do presidente, aproximou-se e brincou, pedindo que ele não a deixasse muito tempo no cargo.
Lula riu e disse que sua intenção era exatamente o contrário.
A PGR interina, então, garantiu ao presidente que não faria grandes mudanças, nem mexeria em casos delicados nesse período.
Elizeta vem sendo aconselhada por pessoas próximas a ser discreta. Manteve todos os seus auxiliares na PGR, com exceção da subprocuradora criminal Lindora Araújo, que deu seguidas decisões favoráveis a Bolsonaro.
Lula afirmou a interlocutores que gostou da conversa com Elizeta e pretende mantê-la mais tempo para decidir com calma o sucessor.
Ele está incomodado com as pressões que vem sofrendo para nomear Paulo Gonet ou Antonio Carlos Bigonha e pediu novos nomes.
Ministros do STF vinham alertando o presidente de que Elizeta teria simpatia pela Lava Jato.
No entorno do presidente, algumas pessoas apostam que as definições para a PGR e para o STF podem ficar para 2024, para não acumular mais poder nas mãos do senador David Alcolumbre (União-AP), o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Cabe a Alcolumbre pautar as sabatinas, e já há uma série de nomeações do Judiciário para aprovar por lá.
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Fonte: CNN Brasil