O subprocurador-geral da República Aurélio Virgílio Veiga Rios, que corre por fora para suceder Augusto Aras na Procuradoria-Geral da República (PGR), tem feito um périplo por gabinetes de ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em busca de apoio.
Nos últimos dias, segundo a CNN apurou, ele se reuniu com os ministros Rui Costa, da Casa Civil, Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União, e Alexandre Padilha, das Relações Institucionais.
O subprocurador também tem conversado com conselheiros jurídicos do presidente buscando se cacifar para o cargo. Hoje, no entanto, segundo aliados de Lula, as chances de Veiga Rios na disputa pelo comando da PGR são mínimas.
Pessoas próximas ao presidente dizem que, apesar da indefinição, o cenário segue mais favorável para o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet – apesar de parte do PT ainda trabalhar pelo subprocurador-geral da República Antônio Carlos Bigonha.
Lula tem pressa para definir o substituto de Augusto Aras, que deixou o cargo na semana passada enquanto buscava ser reconduzido. Interlocutores do presidente afirmam que Lula quer evitar deixar o comando da PGR na interinidade (leia mais abaixo).
O presidente se recupera de uma cirurgia a que foi submetido no quadril nesta sexta-feira (29) e deve indicar um nome nos próximos dias. Como mostrou a CNN, Veiga Rios enfrenta resistência dentro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Integrantes da Corte ouvidos pela reportagem em caráter reservado dizem que pesa contra ele o fato de não ser um personagem de renome no meio jurídico. A avaliação desses magistrados é a de que, mesmo que ele tenha “um avalista de peso”, a falta de conhecimento sobre sua trajetória é apontada como empecilho na disputa pelo comando da PGR.
Embora Veiga Rios tenha trabalhado com Sepúlveda Pertence – na época em que o ex-presidente do STF chefiou a PGR, nos anos 1980 -, os ministros ouvidos pela CNN dizem não conhecer seu trabalho pretérito.
Paulo Gonet, em contrapartida, conta com o apoio dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do STF, e dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Gonet também tem a simpatia do senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, colegiado responsável por sabatinar e aprovar o nome do indicado pelo presidente da República para a PGR.
Procurado, Aurélio Rios não se manifestou.
Gestão tampão
Enquanto o presidente Lula, que se recupera de uma cirurgia no quadril, não define o substituto de Aras, Elizeta de Paiva Ramos comanda interinamente a PGR por ser vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público.
Sua primeira medida à frente da instituição foi tomada na semana passada. Elizeta trocou sua número 2, convidando Ana Borges Coelho do Santos para assumir a função de vice-procuradora-geral em substituição a Lindôra Maria Araújo, que estava no cargo desde abril de 2022.
Com a mudança, Ana Borges assume todos os casos criminais envolvendo autoridades com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) e que estavam sob a responsabilidade de Lindôra Araújo.
Apesar de Ana Borges assumir os casos criminais do STF, as ações penais e inquéritos relacionados aos atos criminosos e golpistas do 8 de janeiro seguem sob responsabilidade do subprocurador Carlos Frederico Santos, com quem ela é casada.
Compartilhe:
Fonte: CNN Brasil