• dom. fev 2nd, 2025

Covid: fim da emergência de saúde não altera orientações sobre vacinação, diz ministério

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O encerramento da emergência em saúde global pela Covid-19, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta sexta-feira (5), levantou dúvidas sobre como os países podem conduzir o enfrentamento à pandemia e como a população pode se prevenir a partir deste momento.

No anúncio da decisão, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, destacou que a medida não significa que a Covid-19 acabou como uma ameaça à saúde global.

“Na semana passada, a Covid-19 tirou uma vida a cada três minutos — e essas são apenas as mortes que conhecemos. Enquanto falamos, milhares de pessoas em todo o mundo estão lutando por suas vidas em unidades de terapia intensiva. E outros milhões continuam a viver com os efeitos debilitantes da condição pós-Covid-19”, disse Adhanom.

Para esclarecer os próximos passos deste período de transição da pandemia, a CNN consultou o Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan.

Em nota, o Ministério da Saúde reforçou que a vacinação é fundamental para manter o controle sobre a disseminação do vírus e eventuais altas no número de casos e mortes.

A Anvisa afirmou, em nota à CNN, que fará uma análise interna para avaliar possíveis impactos a partir da declaração de fim da emergência global pela OMS.

“Assim como feito durante toda a pandemia, a Anvisa acompanha com atenção o cenário de saúde no Brasil e no mundo para que a regulação sanitária esteja alinhada às necessidades de cada momento. As vacinas aprovadas no Brasil seguem em uso e são fundamentais para a manutenção da imunização da população”, disse a Anvisa.

O Instituto Butantan, que ao longo da pandemia destacou a importância da imunização contra a doença, não se manifestou sobre o tema. A Fiocruz não respondeu até o fechamento da reportagem.

O que diz o Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde destaca que seguem valendo orientações sobre medidas de prevenção e controle da Covid-19 estabelecidas pela pasta e divulgadas em notas técnicas. As orientações incluem diretrizes sobre o uso de máscara, distanciamento social e realização de teste de diagnóstico, além de recomendações sobre a vacinação contra a doença.

Os documentos mais recentes do ministério destacam que as máscaras devem ser adotadas por pessoas com sintomas gripais, casos suspeitos ou confirmados. Além de indivíduos em risco aumentado de complicações pela infecção em situações como locais fechados, com aglomeração ou serviços de saúde. Em relação ao isolamento, o ministério orienta um prazo de 5 a 10 dias, de acordo com a presença de sintomas e dos resultados do diagnóstico laboratorial.

Sobre a vacinação, o número de doses recomendado pelo Ministério da Saúde varia de acordo com idade e condição de saúde, com base em evidências científicas de aumento e manutenção da imunidade e proteção contra a doença – veja o esquema aqui.

Em comunicado, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destaca que o anúncio feito pela OMS comprova que a vacinação salva vidas e foi a responsável pela redução de mortes em todo mundo, permitindo chegar ao cenário epidemiológico atual.

“No entanto, o fim da declaração de emergência não significa o fim da circulação da Covid-19. Por isso, a vacinação segue como ação fundamental. Precisamos da mobilização de todos para ampliar a cobertura vacinal e combater a desinformação que questiona a segurança e a eficácia dos imunizantes”, disse Nísia.

No Brasil, a Covid-19 provocou mais de 700 mil mortes e 37,4 milhões de casos. “Jamais nos esqueceremos das vidas perdidas. Essa memória tem que nos alimentar na reparação da dor, porque precisamos fazer isso, mas, ao mesmo tempo, da união pelo futuro, para que novas tragédias como essa não se repitam”, acrescentou a ministra.

Manutenção de medidas preventivas

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgou, em nota, que a decisão da OMS está em consonância com a situação epidemiológica apresentada no Brasil, e em
outros países do mundo.

A SBI destaca ainda a importância de medidas preventivas em especial voltada às populações mais vulneráveis como idosos e imunossuprimidos, da vigilância epidemiológica do SARS-CoV-2 e de esforços para aumentar a cobertura vacinal.

“A pandemia foi um grande desafio, conseguimos superar obstáculos e aprendemos muito sobre saúde pública. Contudo, a SBI reforça a necessidade de incrementar as taxas de vacinação para a covid-19. Isso deve ser prioridade, inclusive com doses de reforço, em todos os públicos”, diz Alberto Chebabo, presidente da SBI.

Fonte: CNN Brasil

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