• qui. jan 23rd, 2025

“CPI contra padre Júlio Lancellotti não vai prosperar”, diz vice-presidente da Câmara de SP

O pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar ONGs que atuam na Cracolândia não deve avançar na Câmara Municipal após o autor do requerimento, vereador Rubinho Nunes (União Brasil), usar indevidamente o nome do padre Júlio Lancellotti para promover a iniciativa.

Essa avaliação foi feita à CNN por vereadores da cúpula da Casa e parlamentares de vários partidos da base do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o chefe do Executivo paulistano saiu em defesa do religioso e seus aliados trabalham para enterrar a proposta.

“A CPI não vai prosperar e pode chegar em fevereiro sem nem mesmo as assinaturas necessárias. Mesmo que chegue, dificilmente passa no colégio de líderes. Isso ficou parecendo uma briga pessoal do vereador. Não interessa à Câmara entrar nessa briga com a Arquidiocese”, disse à CNN o vereador João Jorge (PSDB), vice-presidente da Câmara.

Nos bastidores da Câmara, os vereadores reclamaram que Rubinho Nunes não incluiu o nome do padre Júlio no documento e nem os avisou que ele seria “investigado”, mas depois passou a divulgar essa versão para a imprensa, o que implodiu qualquer chance de instalação da comissão.

“Fiz um requerimento pedindo para desconsiderar a minha assinatura. Não está escrito em lugar nenhum o nome do padre Júlio e isso deixou todos constrangidos. Admiro o trabalho dele na Arquidiocese”, afirmou Xexéu Tripoli (PSDB).

Procurada, a assessoria de Rubinho Nunes disse que a proposta da CPI é investigar as ONGs que atuam na região da Cracolândia, suas fontes de recursos, funcionários, ligações partidárias e a quantidade de pessoas atendidas e curadas.

Segundo fontes da Casa, o presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil), disse ao prefeito Ricardo Nunes que vai reunir o colégio de líderes após o recesso e deixar a decisão para eles. A leitura é que se o parlamentar, que é ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), não tiver algo “muito forte”, a CPI “vai morrer”.

Interlocutores de Nunes dizem que essa CPI só causa desgaste para o prefeito e, portanto, a ideia é derrubá-la.

“Me causa espanto toda essa comoção ao redor do Lancelotti, haja vista que ele sequer foi citado no requerimento, mas ninguém está acima da Lei e ele será investigado como qualquer cidadão ou ONG”, disse Rubinho Nunes.

O vereador do União Brasil disse, ainda, que respeita os vereadores que decidiram retirar seus nomes de apoio à CPI.

“Entendo a preocupação causado pela pressão da militância esquerdista nas redes. Estão no seu direito. Porém, ressalto, temos número suficiente de assinaturas e durante toda exposição na mídia em que o assunto esteve presente a CPI recebeu outros apoios”.

Fonte: CNN Brasil

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