A “crise do balão” ajuda a manter as tensões entre Estados Unidos e China em alta.
Esta é a avaliação do professor de Relações Internacionais da ESPM Gunther Rudzit.
À CNN Rádio, ele lembrou que as relações entre as nações estão “efetivamente abaladas” desde a visita da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA Nancy Pelosi a Taiwan.
Desde então o secretário de Defesa dos EUA Lloyd Austin não foi recebido pelas autoridades chinesas, além do balão chinês abatido na semana passada pelos norte-americanos.
“Por isso a quem diga que os dois países estão fadados a um conflito, quando uma potência estabelecida é questionada por uma em ascensão, infelizmente vão à guerra, essa crise do balão ajuda a tensão a não esfriar.”
Os EUA ainda chegaram a derrubar, em três dias, outros três objetos voadores que invadiram o espaço aéreo.
“Eu não acredito em coincidências, mas nesse caso a dinâmica é de política interna dos EUA, não externa, esses três últimos são objetos terrestres, é uma resposta do governo Biden, que começa a campanha pela reeleição frente a críticas dos republicanos”, avaliou Rudzit.
Ele disse esperar que “não haja interferência chinesa” nos demais objetos.
De qualquer forma, o professor destaca que os norte-americanos devem tentar recuperar o que sobrou do artefato chinês no fundo do mar.
“A decisão de divulgar ou não será deles, ainda vamos ter que esperar o desenrolar da crise”, completou.
Diplomacia brasileira
No mês que vem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai viajar para a China, depois de encontro na semana passada com o presidente dos EUA Joe Biden.
“Vai ser malabarismo gigantesco, ao mesmo tempo que Lula, junto a Biden, defendeu a democracia, não poderá falar isso na China.”
Ao mesmo tempo, a “China é o maior parceiro comercial, não podemos romper.”
Expectativa é de que Lula “não toque em pontos sensíveis” durante a viagem.
*Com produção de Bruna Sales
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Fonte: CNN Brasil