A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo administrativo na quarta-feira (18) contra as gestoras de ouro F.D’Gold, a OM (Ourominas), a Parmetal, Carol4 e a Fenix por supostamente estarem comprando e vendendo ouro de garimpos ilegais, principalmente da Amazônia.
A CVM, órgão do Ministério da Economia, é responsável por fiscalizar qualquer irregularidade no mercado de capitais.
O processo foi aberto a partir de um levantamento chamado “O que não lhe contam sobre o ouro”, de fevereiro de 2022, feito pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e o Instituto Escolhas.
O estudo denuncia que, entre 2015 e 2020, o Brasil comercializou 229 toneladas de ouro vindo de garimpos ilegais, sendo que as cinco gestoras em investigação respondem por um terço desse volume, o equivalente a 76 toneladas.
O estudo mostrou que, desse montante, mais da metade veio da Amazônia (54%), principalmente dos estados de Mato Grosso (26%) e do Pará (24%). A conclusão desses resultados só foi possível a partir da análise de 40 mil registros de comercialização de ouro e imagens de extração que apontaram as irregularidades.
Os casos envolvem extração e venda de ouro de garimpos ilegais em áreas protegidas como a TI Sararé, no Mato Grosso, a TI Kayabi, entre o Mato Grosso e o Pará, e os Parques Nacionais da Amazônia, no Pará, Mapinguari, entre o Amazonas e Rondônia, do Acari, no Amazonas, e Montanhas do Tumucumaque, localizadas entre Amapá e Pará.
A CNN questionou a Associação Nacional do Ouro (Anoro), representante das cinco empresas, acerca das irregularidades, mas não teve resposta até a publicação desta matéria.
Compartilhe:
Fonte: CNN Brasil