A deputada Luciene Cavalcante (PSOL-SP) apresentou nesta sexta-feira (10) um pedido de investigação contra Jair Bolsonaro (PL) por causa das armas de fogo trazidas pelo ex-presidente dos Emirados Árabes como presidente de um príncipe árabe.

A deputada pede que Bolsonaro seja investigado por porte de arma de fogo de uso restrito e tráfico internacional de armas. Cavalcante também pede que o ex-presidente seja preso preventivamente pelas acusações.

Segundo a deputada, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu que todos os objetos de alto valor recebidos por membros de comitiva internacional “desrespeitam o princípio da moralidade pública e da razoabilidade”.

“A conduta do ex-Presidente também configura ato de peculato, ao apropriar-se de bem público, além do crime hediondo de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, no caso o fuzil (…) O ex-Presidente, ao importar a arma de fogo de uso restrito sem autorização do Estado Brasileiro incorre, igualmente, no crime hediondo de tráfico internacional de arma de fogo de uso restrito”, declarou a deputada em sua ação.

Caberá ao Ministério Público Federal analisar o pedido de Luciene Cavalcante e decidir se abrirá a investigação contra o ex-presidente.

Bolsonaro recebeu, em outubro de 2019, uma pistola e um fuzil como presentes do governo dos Emirados Árabes. A informação foi revelada pelo portal “Metrópoles” e confirmada pela CNN com fontes da Subsecretaria de Administração Aduaneira da Receita Federal. Oficialmente, o órgão não se posicionou sobre o tema.

Ao contrário das joias sauditas, porém, o ex-presidente da República declarou ao Fisco ter recebido as armas.

Assessores do ex-presidente também disseram à CNN que, neste caso, foram realizados os procedimentos alfandegários e a inclusão dos itens no acervo pessoal de Bolsonaro. As armas foram recebidas de presente durante viagem de comitiva brasileira ao Oriente Médio, em 2019.

Fonte: CNN Brasil