Os brasileiros se acostumaram a tratar o dia 13 de julho como o “Dia Mundial do Rock” – uma homenagem histórica ao festival “Live Aid”, que, em 1985, levou simultaneamente mais de 150 mil pessoas ao estádio Wembley, em Londres, e ao JFK Stadium, na Filadélfia, para assistir Queen, David Bowie, Phil Collins, Mick Jagger, Tina Turner e mais.
Phil Collins foi o único a ter se apresentado nos dois continentes – pegando um avião do Reino Unido para os EUA. Também foi ele quem, durante o festival, sugeriu a ideia do dia 13 de julho virar um marco para celebrar o rock ‘n’ roll.
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Em um artigo publicado em 2010, o radialista e pesquisador musical brasileiro Kid Vinil relembrou: “O que aconteceu realmente foi que ninguém lá fora levou a sério a ideia de Phil Collins.”
Apesar da data carregar o “mundial” no nome, a celebração é muito restrita ao Brasil, e a razão para isso se deve a uma empreitada publicitária de rádios de São Paulo, nos anos 1990.
Em 1983, dois anos antes do Live Aid ser organizado, foi criada em Santo André, na Grande São Paulo, a rádio “97 FM”, hoje “Energia 97”.
Com seus slogans “A primeira em rock ‘n’ roll” e “A primeira rádio do rock”, a emissora foi uma das primeiras a investir pesado no gênero, tocando desde Led Zeppelin até bandas brasileiras em início de carreira, como Legião Urbana, Ira!, Capital Inicial, Plebe Rude e Camisa de Vênus.
Já no final de 1985, a “97 FM” ganha sua principal concorrente, com a entrada da “89 FM: A Rádio Rock” no mercado investindo no repertório mais comercial do rock.
As duas rádios passaram a adotar a data sugerida por Collins para comemorar o “Dia Mundial do Rock” e investiram fortes campanhas promocionais nisso.
Como relembra a própria “89 A Rádio Rock” em seu site, “o “Dia Mundial do Rock” se tornou uma comemoração tradicional no calendário do mercado publicitário aqui no Brasil”.
A data chegou a ser difundida em diferentes medidas para países vizinhos latino-americanos, como a Argentina e, em proporções menores, Chile, por exemplo.
Nos Estados Unidos, a situação fica dividida entre diferentes datas significativas. Por exemplo, o “Rock’s International Day” é ligado ao dia 9 de julho pela estreia do “American Bandstand”, programa do apresentador Dick Clark que foi catalisador para o gênero no país.
Outras datas, como o 9 de fevereiro, que marca a primeira apresentação dos Beatles nos EUA, ou o 5 de julho, pela gravação de “That’s All Right” do Elvis Presley, também são referenciadas.
Live Aid
Idealizado pelo cantor e compositor irlandês Bob Geldof, o Live Aid pretendia arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia. Durante as apresentações, o público era incentivado a ligar para um número de telefone e fazer doações.
Um elenco com grandes nomes do rock foi convocado para os concertos: na Filadélfia, por exemplo, o Black Sabbath e o Led Zeppelin se reuniram com suas formações clássicas – no caso do segundo, Phil Collins ocupou o lugar do baterista John Bonham, morto em 1980.
Outros destaques no palco americano foram Bob Dylan, Mick Jagger (com Tina Turner), Crosby Stills Nash & Young, Eric Clapton, The Beach Boys, Santana e Madonna.
Já o show de Londres teve como momento mais famoso, provavelmente, a apresentação do Queen, que também foi encenado na cinebiografia “Bohemian Rhapsody”, pelo qual Rami Malek ganhou o Oscar de Melhor Ator por interpretar Freddie Mercury. Nesse mesmo palco, ainda se apresentaram Elton John, The Who, David Bowie, U2 e Dire Straits, entre outros.
Segundo estimativas, o evento reuniu cerca de 72 mil pessoas em Wembley e 90 mil na Filadélfia, além de milhões que acompanharam, em 100 países, os shows ao vivo por TV e rádio. Os números variam, mas, na época, veículos de imprensa estimaram que o Live Aid arrecadou pelo menos 40 milhões de libras esterlinas.
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Fonte: CNN Brasil