O Ibovespa opera em queda de 0,35% nesta sexta-feira (14). Às 13h, o índice estava em 106.088,04 pontos. Na semana, o índice caminha para alta de cerca de 4,9%, a maior desde dezembro.

O índice abriu no território negativo e chegou a ultrapassar queda de 1%, alinhado com maior cautela em Nova York, mas recuperou algum terreno em seguida, em especial com apoio de Petrobras e bancos, que viraram para o azul.

O dólar, por sua vez, opera em estabilidade, após sequência de perdas acentuada. Às 13h, a moeda norte-americana subia 0,36%, a R$ 4,944 na venda.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9275 na venda, em baixa de 0,27%. Este foi o menor valor de fechamento para a moeda norte-americana desde 9 de junho de 2022. Nas últimas três sessões completas, acumulou baixa de 2,73%.

A atenção dos investidores está voltada à viagem de Lula para a China. Em um encontro em Pequim, nesta sexta-feira (14), o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o chinês Xi Jinping assinaram 15 acordos que envolvem os governos dos dois países.

Ainda, o mercado repercute os dados de serviços, divulgados nesta sexta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor caiu 3,1% em janeiro de 2023, quando comparado ao mês anterior.

Enquanto esperam o texto da regra fiscal ser enviada ao Congresso, gerando algum alívio perante nas incertezas fiscais das últimas semanas, investidores avaliam uma série de divulgações nos Estados Unidos, a começar pela safra de balanços do primeiro trimestre.

JPMorgan, Citigroup, BlackRock e Wells Fargo divulgaram seus resultados, que vieram acima do esperado.

Entre os indicadores, as vendas no varejo frustraram a previsão, com queda acima da expectativa de economistas, mas a produção industrial superou a expectativa.

Segundo Leonardo Neves, especialista em renda variável da Blue3 Investimentos, a avaliação de uma semana positiva não cabe somente ao Brasil, mas também ao exterior. “Fecha uma semana bem positiva e é um bom humor que contaminando ao redor do mundo. Tudo indica que esse sentimento irá permanecer. Nesta semana, o Ibovespa chegou a subir quase 7%”, destaca.

De acordo com Neves, tecnicamente, o índice está em uma região de resistência muito forte, que é a dos 106 mil pontos, o que dificulta mirar novos níveis. “É mais difícil até que se crie força suficiente para avançar, mas a safra de balanços, o afastamento do risco de recessão nos Estados Unidos e notícias positivas no Brasil tendem a ajudar”, avalia o especialista.

O destaque negativo vai para os papéis da CSN. O Goldman Sachs rebaixou a recomendação de “neutra” para “venda” nesta sexta, e cortou o preço-alvo do papel em 22%, para R$ 12,5. Perto da 13h30, as ações ordinárias da CSN caíam 6,46%.

O time de análise do Goldman espera que os resultados e o fluxo de caixa livre do grupo de siderúrgia e mineração atinjam um pico no segundo trimestre e depois enfrentem desafios devido a uma combinação de três fatores: aumento de investimentos (capex), queda dos lucros e alavancagem elevada em um ambiente de alta taxa de juros.

Contudo, disseram os analistas, as perspectivas podem se tornar mais otimistas caso os lucros da CSN se normalizem em níveis mais altos do que o previsto, com suporte da geração de fluxo de caixa livre e menor alavancagem.

*Publicado por Sofia Kercher, sob supervisão. Com informações de Reuters e Agência Estado

Fonte: CNN Brasil