Com a cada vez mais consolidada perspectiva de uma reforma ministerial, aumentou nos bastidores nos últimos dias a pressão para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) bata o martelo o quanto antes sobre uma eventual reforma ministerial, principalmente em caso de um efeito colateral no comando do PT.
Como a CNN revelou no mês passado, Lula avalia trocas no primeiro escalão em janeiro, com boas chances de reservar uma cadeira na Esplanada à presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
Se as previsões se confirmarem, o partido terá de reorganizar seu calendário interno e antecipar a troca de liderança da legenda.
Sinal amarelo
A perspectiva de saída de Gleisi, entretanto, acendeu o sinal amarelo no comando da legenda.
Como presidente do partido, a deputada coordena todo o processo de eleições municipais e teria que ser substituída por um nome forte, capaz de mediar disputas internas e ajudar na interlocução com aliados nas capitais.
O PT antecipa uma campanha difícil no ano que vem e considera prioridade absoluta melhorar seu desempenho nas urnas nas principais capitais.
A ida de Gleisi para o governo, segundo fontes petistas ouvidas pela CNN, é tida como “bastante provável”.
Gleisi é citada como alternativa, principalmente, para uma função no núcleo político. Casa Civil, Secretaria-Geral e até Planejamento são citados entre as especulações.
Quem substituiria Gleisi?
Entre os cotados para substitui-la no comando do PT, está, por exemplo, Edinho Silva, hoje prefeito de Araraquara e um dos mais fiéis escudeiros de Lula.
Também é mencionado o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo, possível alvo da reforma.
Outro citado com frequência é Emidio de Souza, um dos mais próximos de Lula no PT paulista. Emidio, atualmente, ensaia uma candidatura à prefeitura de Osasco.
Para trocar o comando partidário, o PT precisa discutir uma série de processos internos.
Mandato extendido
O chamado Processo de Eleições Diretas (PED), que define todas as instâncias de direção da sigla, foi adiado para 2025. A extensão do mandato de Gleisi, que terminaria neste ano, veio a pedido do próprio presidente Lula. O argumento dado à época pelo mandatário era que Gleisi seria “essencial” na função.
Um problema é que eventuais cotados para a vaga tendem a demandar um mandato completo no comando da legenda.
A ideia de um mandato tampão incomoda a parte dos líderes da sigla, porque a forte disputa interna e complexidade das forças petistas poderiam se transformar em fonte de desgaste do escolhido.
Um dirigente petista disse à CNN que enxerga nessa questão até mesmo um potencial motivo para Lula desistir de mexer no comando do PT.
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Fonte: CNN Brasil