• qui. jan 23rd, 2025

Em tom confiante, Zelensky diz que russos estão “derrotados por dentro”

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O presidente Volodymyr Zelensky até negou, esta semana, que a contraofensiva para recuperar parte dos territórios da Ucrânia já tinha começado. Mas o tom de suas declarações mais recentes denuncia que a confiança começa a ganhar corpo. Em posts publicados nesta sexta-feira (12), em sua conta no Twitter, o líder agradece o envio dos poderosos mísseis Storm Shadow e aproveita para cutucar os militares russos, insinuando que eles já admitem a derrocada.

“Os ocupantes russos já estão internamente prontos para a derrota. Eles já perderam esta guerra em suas mentes. Devemos pressioná-los diariamente para que seu sentimento de derrota se transforme em sua fuga, seus erros, suas perdas”, afirmou Zelensky no post.

“Agradeço a cada um que destrói o inimigo! Sou grato a todos que, apesar de qualquer dificuldade, devolvem nossa terra para a Ucrânia! Estamos nos preparando para adicionar ainda mais armas para vocês, guerreiros, terem ainda mais oportunidades de derrotar o agressor e restaurar a paz. Sou grato a todos que ajudam a Ucrânia”, completou.

Logo abaixo do texto, aparece um vídeo, em que Zelensky repete as frases escritas no post e também agradece a todos que ajudaram a Ucrânia desde o início da invasão.

Zelensky sempre postou mensagens de apoio a suas tropas e frases de otimismo aos ucranianos, mas em geral elas tinham como objetivo encorajar a população e as tropas no front a não desistirem de lutar e seguirem resistindo contra a atuação russa. Desta vez, no entanto, a confiança em uma vitória é nítida em suas palavras.

Os posts entram em consonância com os relatos mais recentes do front na região de Bakhmut, que tem sido o foco central das atenções tanto por parte das tropas russas quanto das ucranianas. Nesta sexta-feira, o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, afirmou que as forças de Kiev estavam “a 500 metros da cidade, ocupando todas as alturas táticas” e que os russos tinham perdido território considerável.

Mísseis do Reino Unido

Em outro post publicado nesta sexta-feira, Zelensky faz um agradecimento ao premiê do Reino Unido, Rishi Sunak, pelo envio dos mísseis Storm Shadow.

“Tive um telefonema com o primeiro-ministro do Reino Unido, @RishiSunak. Agradecemos o aumento significativo de nossas capacidades com mísseis Storm Shadow de longo alcance e outras assistências militares insubstituíveis. Discutimos mais cooperação em defesa e coordenamos nossas posições na véspera dos próximos eventos internacionais. Em particular, precisamos de sinais claros sobre o futuro da Ucrânia com a #OTAN”.

Esta é a primeira vez que a Ucrânia recebe mísseis de longo alcance dos aliados ocidentais desde o início da guerra com a Rússia. O que é um sinal inequívoco de que a Ucrânia deixou de apenas utilizar equipamentos de defesa e agora parte para o ataque contra as forças russas que ocuparam os territórios de Luhansk e Donetsk.

Um exemplo de como a chave do conflito começa a virar foi dada na tarde desta sexta-feira, quando a cidade de Luhansk, atualmente sob ocupação da Rússia, passou a ser atingida por mísseis.

O chefe da autodeclarada República Popular de Luhansk, Leonid Pasechnik, culpou a Ucrânia pelo ataque, chamando-o de “outra tentativa do regime terrorista de Kiev de intimidar civis”.

Coincidência ou não, o ataque contra Luhansk acontece justamente quando a Ucrânia anuncia a chegada dos primeiros mísseis Storm Shadow.

Resta agora saber como a Rússia reagirá, em termos diplomáticos, a esse fornecimento de mísseis. Afinal de contas, desde o início da guerra os países da Otan alegavam que eram enviados à Ucrânia apenas armas e munições voltados à defesa. A remessa dos Storm Shadow, no entanto, quebra essa argumentação.

Enquanto a Rússia não se manifesta nos bastidores, suas tropas vão perdendo terreno. O momento, se não é de virada, é plenamente satisfatório para a moral das tropas ucranianas. E Zelensky, um ator de formação que conhece muito bem o poder da imagem e das palavras, vai explorar essas armas muito bem.

Fonte: CNN Brasil

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