O influenciador fitness Renato Cariani, dono da empresa Anidrol Produtos para Laboratórios, que está no centro de uma ação da Polícia Federal (PF) realizada nesta terça-feira (12), já foi alvo de outra investigação, que mirava a mesma empresa, acusada de dano ambiental em 2021.
O caso foi conduzido pela delegacia de Meio Ambiente de Diadema, município da grande São Paulo, onde a empresa está sediada. À época, os policiais constataram o descarte irregular de resíduos contaminados e de equipamentos de proteção individual (EPIs) misturados com resíduos comuns.
Durante o trabalho de fiscalização, também foi identificado que o certificado de descarte de resíduos estava vencido. Cariani chegou a ser ouvido no âmbito do termo circunstanciado e contou que os funcionários são orientados a descartar o lixo em suas respectivas caçambas, mas que por um equívoco acabaram por misturar os resíduos.
O Instituto de Criminalística (IC) chegou a elaborar um laudo, que apontou além do descarte irregular, o armazenamento inadequado de produtos químicos.
O caso foi arquivado a pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP), que entendeu que houve descarte irregular, mas sem potencial de provocar danos ambientais. Em documento de junho de 2021, o promotor responsável pelo caso destaca que as irregularidades deveriam ser sanadas, mas que não havia intenção de contaminação.
“É certo que eventuais irregularidades devem ser sanadas e corrigidas, entretanto, no que tange a esfera penal, não há o elemento subjetivo do dolo, o que cerceia a responsabilidade penal no caso em tela”, segundo o documento.
Procurado para comentar o caso, o influenciador não respondeu. O espaço segue aberto.
Operação da PF
A Polícia Federal (PF) de São Paulo realiza uma operação, na manhã desta terça-feira (12), contra uma organização criminosa que desviava produtos químicos para a fabricação de drogas. Entre os alvos da ação, estão o influenciador Renato Cariani e a empresa, em Diadema, da qual ele é sócio-proprietário.
De acordo com investigadores envolvidos na Operação Hinsberg, a quadrilha emitia notas fiscais fraudulentas de empresas devidamente licenciadas para vender produtos químicos em São Paulo, como a Anidrol, pertencente a Cariani.
O pagamento era feito em espécie por meio de “laranjas”. Os criminosos se passavam por funcionários de multinacionais.
A PF calcula que foram desviadas cerca de 12 toneladas de componentes químicos, como fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila. Com este material, seria possível fabricar 19 toneladas de crack e cocaína prontos para consumo.
Empresas de fachada foram utilizadas para maquiar o esquema.
Em nota, a PF afirma que “as pessoas relacionadas aos fatos investigados responderão, cada qual dentro da sua esfera de responsabilidade, pelos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico, bem como pelo crime de lavagem de dinheiro“.
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Fonte: CNN Brasil