A Arábia Saudita se tornou o primeiro país a anunciar a evacuação de seus cidadãos retidos no Sudão, uma semana após o início de intensos combates entre duas forças rivais.
O Ministério das Relações Exteriores saudita disse que “vários cidadãos de países irmãos e amigos” estavam sendo evacuados junto com os sauditas. Cidadãos do Kuwait estão entre as dezenas de pessoas resgatadas, mas não está claro quais outros países estão envolvidos.
O anúncio veio depois que as Forças Armadas do Sudão (SAF) e as Forças de Apoio Rápido (RSF) disseram que estavam prontas para ajudar na evacuação de estrangeiros.
Combates eclodiram no Sudão no último sábado (15) entre o SAF, comandado pelo líder militar do Sudão, general Abdel Fattah Al-Burhan, e o grupo paramilitar RSF, liderado por Mohamed Hamdan Dagalo.
Os dois são ex-aliados, mas as tensões entre eles surgiram durante as negociações para integrar o RSF nas forças armadas do país, como parte dos planos para restaurar o regime civil.
Mais de 420 pessoas morreram e 3.700 ficaram feridas nos combates, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto a situação humanitária segue piorando.
A ONU disse que as pessoas estão fugindo cada vez mais das áreas atingidas pelos combates, incluindo em Cartum. Cerca de 20 mil refugiados já chegaram em Chade, país vizinho do Sudão.
Neste sábado (22), novos confrontos quebraram um cessar-fogo de três dias declarado para o feriado muçulmano do Eid.
Combates foram relatados em Cartum, com testemunhas dizendo à CNN que violentos confrontos estavam ocorrendo nas proximidades do palácio presidencial. Sons de explosões e aviões de guerra voando também podiam ser ouvidos.
Dagalo disse que conversou com a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna. Eles discutiram “a situação atual, as razões que levaram ao agravamento da situação” e a possibilidade de abrir corredores de evacuação. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, presidiu uma reunião de emergência para discutir a situação.
A CNN soube que os esforços de evacuação britânica não acontecerão em breve, mas um porta-voz do governo disse que estavam fazendo “todo o possível” para apoiar os cidadãos britânicos.
Um porta-voz da União Europeia disse que cerca de 1.500 pessoas de vários países da UE estão atualmente no Sudão.
“Eles estão enfrentando uma situação muito difícil e sua segurança é uma prioridade. Pedimos a ambos os lados (as Forças Armadas Sudanesas e as Forças de Apoio Rápido) que parem de lutar e permitam uma passagem segura para fora do país”, disse o porta-voz, acrescentando que a UE está trabalhando com os Estados membros para encontrar soluções.
Não está claro quantos cidadãos dos EUA estão no Sudão. O Departamento de Estado não mantém contagens oficiais de cidadãos americanos em países estrangeiros e os americanos não são obrigados a se registrar quando vão para o exterior. Funcionários do Departamento de Estado dos EUA estimam que 16 mil americanos estão no Sudão, a maioria com dupla nacionalidade.
Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse à CNN que o departamento permanece em contato próximo com sua embaixada em Cartum e “tem total responsabilidade por nosso pessoal”.
Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
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Fonte: CNN Brasil