Os Estados Unidos seguirão focados na situação dos reféns americanos mantidos pelo grupo radical islâmico Hamas e em apoiar Israel durante a guerra, segundo autoridades da Casa Branca.
Nesta quinta-feira (12), o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que o país nunca hesitará em apoiar Israel e que o “discurso de brutalidade e desumanidade” do Hamas evocou “o pior do Estado Islâmico”.
“A mensagem que trago a Israel é esta: vocês podem ser fortes o suficiente para se defender sozinhos, mas enquanto a América existir, vocês nunca, jamais precisarão fazê-lo”, disse Blinken em pronunciamento ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv. “Estaremos sempre ao seu lado”.
Em seu pronunciamento, Netanyahu disse que “o Hamas é o Estado Islâmico”. “Da mesma forma que o Estado Islâmico foi destruído, o Hamas também deve ser. O Hamas deve ser tratado da mesma forma que o Estado Islâmico foi”, falou o primeiro-ministro israelense.
Blinken também ressaltou a Netanyahu a importância de tomar “todas as precauções possíveis para evitar ferir civis” e disse que o respeito pela vida civil é o que distingue os países democráticos de organizações como o Hamas.
O secretário de Estado americano também disse que o Hamas não representa o povo palestino.
O vice-conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jon Finer, ainda disse que o governo de Joe Biden continua focado na situação dos reféns americanos, na viabilização de corredores humanitários e zonas seguras e na assistência militar a Israel.
“Esta é obviamente uma área de grande preocupação para todos nós que estamos presos nesta situação. É a pior condição que você pode imaginar, ser tirado de um lugar no qual você está passando as férias ou morando e arrastado através da fronteira para uma situação hostil como esta”, disse ele, sem especificar a situação ou o número de reféns.
Assistência militar dos EUA
Os Estados Unidos estão “fornecendo munições e interceptadores para reabastecer o Domo de Ferro de Israel, junto a outros materiais de defesa”, disse Blinken.
O primeiro avião transportando munição dos EUA chegou em Israel na terça-feira (10). Na quarta, Blinken também anunciou o envio de “um dos maiores porta-aviões da frota” ao país.
“À medida que as necessidades de defesa de Israel evoluem, trabalharemos com o Congresso para garantir que elas sejam atendidas. E posso dizer que há um apoio bipartidário esmagador em nosso Congresso para a segurança de Israel”, disse ele.
“Continuamos a trabalhar em estreita colaboração com Israel para garantir a libertação de homens, mulheres, crianças e idosos, feitos reféns pelo Hamas. Estamos prosseguindo com uma diplomacia intensa em toda a região para evitar que o conflito se espalhe, e faremos isso ao longo da minha viagem nos próximos dias”, disse Blinken.
A viagem de Blinken deverá seguir após as paradas originais em Israel e na Jordânia, disse um funcionário do Departamento de Estado.
Estado Islâmico
O grupo Estado Islâmico no Iraque e no Levante surgiu em 2013 e ganhou notoriedade ao tomar controle de áreas no Iraque e Síria, como a represa de Mossul e cidade de Raqqa, e criar um “califado” entre os dois países.
Dissidente da Al Qaeda, o grupo governava a partir de um código moral extremista e ultraconservador, realizando assassinatos brutais de reféns e civis e divulgando imagens dos atos em redes sociais. O grupo também organizou ataques terroristas em outros países, como os atos que mataram 130 pessoas em Paris em novembro de 2015.
Ao longo dos anos, sob ataques de países ocidentais e principalmente da Rússia, o grupo jihadista perdeu controle territorial de várias áreas. Em 2017, a cidade síria de Raqqa, considerada a capital do Estado Islâmico, foi tomada pela Forças Democráticas Sírias (SDF), simbolizando o fim do controle do grupo sobre grandes territórios no Oriente Médio.
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O conflito começou no sábado (7), quando o Hamas, classificado pelos Estados Unidos e pela União Europeia como grupo terrorista, disparou uma chuva de foguetes lançados da Faixa de Gaza sobre Israel. A ofensiva contou ainda com avanços de tropas por terra e pelo mar. As forças israelenses responderam com uma contraofensiva que atingiu Gaza e deixou vítimas, inclusive, em campos de refugiados. Israel declarou “cerco total” e suspendeu o abastecimento de água, energia, combustível e comida ao território palestino.
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Pessoas carregam o corpo de palestino morto em ataque israelense no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza
Crédito: 09/10/2023 REUTERS/Mahmoud Issa -
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Foguetes disparados em Israel a partir de Gaza
Crédito: REUTERS/Amir Cohen -
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Imagens mostram carros abandonados após ataque em festival de música eletrônica em Israel
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Imagens mostram carros abandonados após ataque em festival de música eletrônica em Israel
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Ataque do Hamas em festival deixa 260 mortos em Israel
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Imagens de drone mostram destruição após ataque em festival de música eletrônica em Israel
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Destruição em campo de refugiados palestinos em Gaza após ataque aéreo de Israel
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Campo de refugiados palestinos atingido em meio a ataques aéreos israelenses em Gaza
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Movimentação de militares do Exército de Israel em contraofensiva contra o grupo islâmico Hamas
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Prédios destruídos na Faixa de Gaza
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Escombros de prédio destruído após sataques em Sderot, no sul de Israel
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Delegacia destruída no sul de Israel após ataque do Hamas
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Palestinos queimam pneus de carros e bloqueiam estradas enquanto entram em confronto com as forças israelenses no distrito de Beit El, em Ramallah, na Cisjordânia
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As Brigadas Izz ad-Din al-Qassam seguram uma bandeira palestina enquanto destroem um tanque das forças israelenses em Gaza
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Bombeiros tentaram apagar incêndios em Israel após bombardeio de Gaza no sábado (7)
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Foguetes disparados de Gaza em direção a Israel na manhã de sábado (7)
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Veja como funciona o sistema antimíssil de Israel
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Ataque israelense na Faixa de Gaza
Crédito: 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa -
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza
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Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza
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Imagens se satélite mostram destruição na Faixa de Gaza
Crédito: Reprodução/Reuters -
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Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023.
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Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023.
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Barco de pesca pega fogo no porto de Gaza após ser atingido por ataques de Israel.
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Palestinos caminham em meio a destroços de prédios destruídos por Israel em Gaza
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Palestinos caminham em meio a destroços de prédios em Gaza destruídos por ataques de Israel
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Soldados israelenses carregam corpo de vítima de ataque realizado por militantes de Gaza no kibbutz de Kfar Aza, no sul de Israel
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Destruição em Gaza provocada por ataques israelenses
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Ataque israelense na Faixa de Gaza
Crédito: 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa -
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza
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Munição israelense é vista em Sderot, Israel, na segunda-feira
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Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza
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Chamas e fumaça durante ataque israelense a Gaza
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Sistema antimísseis de Israel intercepta foguetes lançados da Faixa de Gaza
Crédito: 09/10/2023REUTERS/Amir Cohen
Hamas
O Hamas é uma organização islâmica com ala militar que surgiu em 1987 como um desdobramento da Irmandade Muçulmana, um grupo islâmico sunita fundado no final da década de 1920 no Egito.
A própria palavra “Hamas” é um acrônimo para “Harakat Al-Muqawama Al-Islamiyya” – que em tradução livre significa “Movimento de Resistência Islâmica”. O grupo, tal como a maioria das facções e partidos políticos palestinos, insiste que Israel é uma potência colonizadora e que seu objetivo é libertar os territórios palestinos de Israel.
Ao contrário de algumas outras facções palestinas, o Hamas recusa-se a dialogar com Israel. Em 1993, opôs-se aos Acordos de Oslo, um pacto de paz entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) que desistiu da resistência armada contra Israel em troca de promessas de um Estado palestino independente ao lado de Israel. Os Acordos também estabeleceram a Autoridade Palestina (AP) na Cisjordânia ocupada por Israel.
Veja também: Hamas disse que ataque contra Israel estava sendo planejado há 2 anos
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Fonte: CNN Brasil