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Ex-jogadores comentam clássicos nacionais que marcam as quartas da Libertadores

ago 2, 2022

A partir desta terça-feira (2) começam a ser disputados os jogos de ida das quartas de final da Copa Libertadores da América. Dois clássicos nacionais que marcam a etapa da competição prometem agitar o Brasil.

Já na terça, Corinthians e Flamengo se enfrentam na Neo Química Arena, em São Paulo. Na quarta (3), é a vez de Palmeiras e Atlético-MG entrarem em campo, no Mineirão.

O ex-zagueiro Leonardo Silva, que atuou tanto pelo Galo quanto pelo Verdão, destaca que a importância deste confronto vai além da luta pela classificação. Ele acredita que embates desta magnitude muitas vezes ajudam a moldar campeões da América.

“Os jogos decisivos dessa competição fazem a diferença porque te mantêm no caminho de um sonho, que é disputar a final de Libertadores e conquistar esse título”, diz o ex-atleta, campeão da Libertadores pelo Atlético em 2013.

Ao comentar o outro confronto brasileiro, o ex-zagueiro Chicão destaca o papel das torcidas. Campeão da Libertadores de 2012 pelo Timão, ele aponta que as chances de classificação do Corinthians passam por construir vantagem diante de seu público, na Neo Química Arena.

Chicão, que também vestiu a camisa do Mengão, parafraseia o atacante Gabigol ao dizer que o público do Flamengo fará “um inferno” no jogo de volta, no Maracanã. As equipes que protagonizam o embate têm, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as maiores torcidas do Brasil.

Em entrevistas à CNN, os ex-zagueiros e capitães Chicão e Leonardo Silva comentam os confrontos de quartas de final e suas passagens pelas equipes.

Do Timão ao Fla, o ex-zagueiro e capitão Chicão

“Muito Igual”: assim o ex-zagueiro Chicão define o confronto desta terça-feira. Ele diz que, apesar de “muitos apontarem o Flamengo como favorito”, futebol se resolve “dentro de campo”.

Chicão admite, no entanto, que o clube carioca conta com um “elenco mais qualificado”. Experiente na função, ele diz que o sistema defensivo corintiano terá de ser sólido para conter peças como Gabigol, Pedro, Arrascaeta, Everton Ribeiro e os recém-contratados Everton Cebolinha e Arturo Vidal.

Com passagem por ambos os clubes, Chicão evita arriscar palpite para o “equilibrado” embate, mas não esconde sua torcida:

“Eu, como torcedor do Corinthians, vou torcer para o Corinthians. Mas, caso o Flamengo passe, a partir deste momento eu vou torcer para o Flamengo. Todo mundo sabe a gratidão que eu tenho pelo Flamengo”, diz.

Chicão iniciou sua trajetória pelo Corinthians em 2008, quando o clube lutava pelo acesso à série A do Brasileirão. Após o retorno à elite, venceu a Copa do Brasil de 2009 e o Brasileirão de 2011. Encerrou seu ciclo com chave de ouro: títulos de Libertadores e Mundial em 2012. O zagueiro deixou a equipe em 2013, rumo ao Flamengo.

“Jogar no Corinthians era um sonho de família, um sonho meu. Todo mundo sabe, torço muito pelo clube. Meu sonho era jogar lá e dar orgulho ao meu pai. Isso, sem dúvida, deixou minha carreira mais brilhante, por jogar no clube de coração”, relembra.

Durante sua passagem pelo alvinegro, Chicão presenciou a última vez em que Flamengo e Corinthians se enfrentaram na Libertadores — em 2010, pelas oitavas de final.

Após vitória rubro-negra por 1 a 0 na ida, disputada no Maracanã, o Corinthians igualou o embate ao derrotar o Flamengo por 2 a 1 no Pacaembu. Visto que número de gols marcados fora de casa ainda era considerado critério de desempate, os cariocas ficaram com a classificação.

O então zagueiro lamenta, principalmente, o resultado do jogo de ida, já que os cariocas tiveram um jogador expulso ainda no primeiro tempo e atuaram a maior parte do jogo com um homem a menos. Todavia, o ex-atleta diz guardar ao menos uma boa lembrança do confronto.

“Eu jamais vou esquecer do torcedor aplaudindo a equipe de pé pelo desempenho dentro de campo. Eles perceberam que nós lutamos, nos dedicamos, mas infelizmente não conseguimos a classificação”, conta.

A passagem do ex-zagueiro pelo Flamengo foi mais curta, de 2013 a 2014, mas trouxe outro troféu nacional ao seu currículo. Em seu ano de estreia, Chicão conquistou a Copa do Brasil pelo clube carioca.

Ex-zagueiro Chicão (à dir.), durante partida entre Flamengo e Santos em 2014 / Matthew Stockman/Getty Images

O ex-zagueiro comanda atualmente a “Rádio Chicão – 03”, web rádio que transmite partidas do Corinthians. O canal do YouTube da plataforma também apresenta outros conteúdos sobre o time paulista, como debates e vídeos informativos.

Do Verdão ao Galo, o ex-zagueiro e capitão Leonardo Silva

Atlético-MG e Palmeiras se enfrentam em partidas eliminatórias de Libertadores pelo segundo ano consecutivo. Em 2021, os rivais disputaram as semifinais do torneio.

No jogo de ida, disputado no Allianz Parque, em São Paulo, o atacante Hulk desperdiçou penalidade para os mineiros, e o resultado ficou em 0 a 0. Na volta, no Mineirão, o empate por 1 a 1 deu a classificação ao clube paulista — considerando o critério de gols marcados fora de casa.

Leonardo Silva acredita que, apesar de ter sido desclassificado, o Atlético foi superior ao Palmeiras em ambos os confrontos e mereceu passar de fase. O ex-jogador destaca que “detalhes” deram a classificação ao alviverde.

O ex-jogador Leonardo Silva durante treino pelo Atlético-MG
O ex-jogador Leonardo Silva durante treino pelo Atlético-MG / Bruno Cantini/Atlético

“Por conta da regra da competição, o Palmeiras saiu classificado. Não tirando o mérito do Palmeiras, que fez seu jogo, que usou a estratégia que tinha para aquele momento”, analisa Leonardo.

O ex-zagueiro vê o confronto da próxima quarta-feira como “equilibrado”. Por um lado, ele destaca “o conjunto e elenco qualificado” como diferenciais do Galo. Por outro, relembra que o grupo alviverde “tem conquistado muitos títulos e está acostumado com este tipo de decisão”.

A partida do meio de semana marca também o retorno do técnico Cuca a Minas Gerais. O treinador, que foi derrotado pelo Palmeiras da Libertadores em 2020, quando ainda comandava o Santos, e em 2021, já pelo Galo, volta ao comando do Atlético em busca de sua “revanche”.

“Cuca conhece bem o elenco, foi campeão de tudo. E isso também é uma grande vantagem para essa competição e esse momento com jogo decisivo’, comenta o ex-atleta.

De ampla experiência como zagueiro, Leonardo também destaca os jogadores de ataque com os quais os defensores de Atlético-MG e Palmeiras devem se preocupar. Pelo lado paulista, destaca Rony, Raphael Veiga e Dudu. Já em relação aos mineiros diz que todos, inclusive “os que vêm do banco”, devem ser problemas para o alviverde.

Apesar de ter sido jogador do Palmeiras durante quatro anos, de 2005 a 2009, Leonardo Silva foi diversas vezes emprestado e não ganhou grande destaque com a camisa alviverde. Seu melhor momento pelo clube paulista foi entre 2005 e 2006, quando disputou partidas do Brasileirão e da Libertadores pela equipe.

O melhor momento da carreira do ex-zagueiro se deu com a camisa do Galo. Ele esteve em Minas Gerais de 2011 a 2019. Neste período conquistou uma Libertadores, em 2013, e uma Copa do Brasil, em 2014. O plantel do primeiro título continental do Atlético também era comandado por Cuca.

Apesar de ter sido “muito feliz” e ter “aprendido bastante” no Palmeiras, Leonardo não esconde que seu time do coração é o Atlético. Ele, que hoje é auxiliar técnico nas categorias de base do Galo, deixa seu palpite: acredita que os mineiros avançam à próxima fase.

Enquanto Corinthians e Flamengo já entram em campo nesta terça-feira, às 21h30, Atlético e Palmeiras se enfrentam na quarta-feira, também às 21h30. Os jogos de volta serão disputados na próxima semana, nos dias 9 e 10.

Fonte: CNN Brasil

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