Um dos maiores hospitais estatais da Ucrânia estava prestes a evacuar alguns pacientes na quarta-feira depois que perdeu o abastecimento de água devido a uma série de ataques de mísseis russos, disse uma autoridade local à CNN.
O Hospital Clínico Regional de Kiev estava prestes a transferir pacientes em tratamento de diálise, que requer um fornecimento ininterrupto de água, disse o vice-chefe da administração militar da região em entrevista por telefone.
“Infelizmente, quando falta energia em Kiev, o abastecimento central de água também costuma falhar”, explicou o funcionário Vitaliy Vlasiuk. “A falta de abastecimento de água é crítica.”
“Sem água fica difícil administrar o hospital. Em primeiro lugar, as salas de esterilização sofrem e (a diálise) é impossível de realizar”, disse ele.
“Na quarta-feira, o Hospital Clínico Regional de Kiev estava prestes a evacuar pacientes que precisam (de diálise) para outras instalações, mas à tarde o abastecimento de água foi restabelecido e todos receberam os procedimentos vitais.”
Ataque
A Ucrânia foi atingida por uma sequência de mísseis russos na tarde de quarta-feira, que danificou a infraestrutura crítica e resultou em uma perda temporária de energia para a rede nacional.
Os hospitais têm geradores que entram em ação quando a energia é cortada, mas que têm capacidade limitada, disse Vlasiuk. Os médicos tentam conservar a energia disponível usando-os apenas para atividades essenciais.
Como os hospitais sobrevivem a interrupções
A energia dos geradores permite que os cirurgiões continuem as operações durante um apagão, mas as cirurgias que não são urgentes não ocorrem, de acordo com Vlasiuk.
A equipe do hospital pode usar lanternas para que o gerador dure mais tempo, continuou ele.
Ele insistiu que as enfermarias são capazes de ficar “totalmente iluminadas” – apesar das fotos que mostram médicos na capital e em outras regiões usando as lanternas.
Orest Chemerys, chefe do departamento regional de saúde de Lviv, disse que equipamentos críticos como incubadoras e enfermarias de terapia intensiva foram ligados a geradores segundos após o blecaute.
Quase todas as unidades de saúde da região sobreviveram temporariamente com geradores após os ataques aéreos da quarta-feira.
“Estamos preparados para uma situação em que pode não haver energia por sete a dez dias”, disse Chemerys.
Cada hospital na região de Lviv tem um gerador e as autoridades têm acordos com postos de gasolina locais para fornecer o combustível, acrescentou.
O ministro da Saúde da Ucrânia, Viktor Liashko, disse à TV nacional na sexta-feira que cada hospital com UTI e sala de cirurgia tinha um gerador e o governo estava trazendo geradores adicionais para aumentar ainda mais a capacidade.
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Fonte: CNN Brasil