O professor de Engenharia Naval da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Silvio Melo explicou, nesta quinta-feira (22), em entrevista à CNN, que a falta de vedação na cabine do submersível Titan pode explicar o acidente.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou a morte das cinco pessoas que estavam na embarcação, desaparecida desde segunda-feira (19). Os destroços encontrados indicam que houve uma perda catastrófica da pressão da cabine do submersível.
“A tampa que fecha a cabine é parafusada por vários parafusos, cerca de 18. Se um deles foi mal parafusado, durante a descida, pode causar um vazamento. E quando esse vazamento ocorre, a água começa a penetrar dentro da embarcação, há essa troca de pressão muito grande, e ocorre a implosão. Poderia ser algum tipo de problema da vedação da porta que isola a cabine do meio externo”, diz Silvio Melo.
Conforme o professor, “o submarino é uma como se fosse uma garrafa de pressão. Dentro dele tem a pressão normal atmosférica e a estrutura do casco é o que suporta a pressão externa que é altíssima nessas profundidade”.
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O submarino da operadora de turismo OceanGate desapareceu no último domingo (18) depois de uma expedição aos destroços do Titanic, na costa de St John’s, Newfoundland, no Canadá. Destroços da embarcação foram encontrados na quinta-feira (22). As cinco pessoas que estavam a bordo morreram (veja na sequência).
Crédito: OceanGate -
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Entre os mortos estava o milionário Shahzada Dawood, empresário paquistanês e curador do Instituto Seti (foto), organização de pesquisa na Califórnia. Seu filho, Sulaiman Dawood, também estava na embarcação.
Crédito: Engro -
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O bilionário britânico e dono da Action Avision, Hamish Harding, morador dos Emirados Árabes Unidos, também está entre os mortos no acidente.
Crédito: Engro -
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Outro nome que estava na embarcação era o do aventureiro e mergulhador Paul-Henri Nargeolet
Crédito: Engro -
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O quinto passageiro a bordo do submersível com destino aos destroços do Titanic era Stockton Rush, CEO e fundador da OceanGate, empresa que liderou a viagem
Crédito: Reprodução -
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Nesta imagem, todos os falecidos, a partir da esquerda: Hamish Harding, Shahzada Dawood, Suleman Dawood, Paul-Henri Nargeolet e Stockton Rush Obtido
Crédito: Reprodução/CNN -
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Um submersível, como Titan, é um tipo de embarcação – mas tem algumas diferenças importantes em relação ao submarino mais conhecido. Ao contrário dos submarinos, um submersível precisa de uma embarcação para lançá-lo. O navio de apoio do Titan era o Polar Prince, antigo navio quebra-gelo da Guarda Costeira canadense, de acordo com o co-proprietário do navio, Horizon Maritime.
Crédito: Arte CNN -
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A expedição começou com uma jornada de 740 quilômetros até o local do naufrágio, que fica a cerca de 1448 quilômetros da costa de Cape Cod, Massachusetts, nos EUA. Mas perdeu contato com uma tripulação do Polar Prince, navio de apoio que transportou a embarcação até o local, 1 hora e 45 minutos após a descida no domingo (18).
Crédito: Reprodução -
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Segundo o correspondente da CNN Gabe Cohen que visitou o veículo Titan fora da água em 2018, o submersível é uma embarcação minúscula, bastante apertada e pequena, sendo necessário sentar dentro dele sem sapatos. Ele é operado por controle remoto, muito similar a um controle de PlayStation.
Crédito: Reuters -
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O submarino tinha como objetivo levar os três turistas aos destroços do Titanic (foto) para turismo subaquático.
Crédito: Woods Hole Oceanographic Institution/Reuters
As equipes de busca se depararam com “cinco grandes pedaços diferentes de destroços” identificados como parte do submersível Titan. O contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira dos EUA, afirmou que a primeira parte encontrada pertencia ao casco de fora da cabine de pressão.
Logo após, no entanto, foi encontrado outro detrito identificado como parte do casco de pressão do submarino. “Essa foi a primeira indicação de que houve um evento catastrófico”, disse Mauger. As equipes encontraram, então, um segundo campo de detritos menor dentro do primeiro, onde outra extremidade do casco de pressão estava localizada.
De acordo com Silvio Melo, “toda pressão que está sendo exercita sobre o submarino é suportada pelo casco. E se esse casco por acaso romper de alguma forma, ocorre a implosão. É uma pressão de fora para dentro que esmaga quase que instantaneamente a estrutura e provoca o colapso total da embarcação”.
*Produzido por Manoela Carlucci, sob supervisão de Jorge Fernando Rodrigues
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Fonte: CNN Brasil