O velório da atriz Aracy Balabanian, que morreu aos 83 anos no Rio de Janeiro, reuniu artistas, familiares e fãs nesta terça-feira (8) na do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A cerimônia aberta ao foi aberta ao público das 10h às 13h.
Após o velório, o corpo de Aracy seguiu para cerimônia restrita a amigos e parentes, no Cemitério do Caju, na zona norte da cidade.
Entre os artistas que compareceram estavam Marieta Severo, Tony Ramos, Claudia Raia, Mariana Ximenes e o autor Silvio de Abreu, que escreveu “Rainha da Sucata”, de 1990, em que Aracy interpretou uma de suas personagens mais icônicas: Dona Armênia.
Também esteve no velório o ator Jandir Ferrari, que interpretou Gino, um dos filhos da personagem, conhecidos como os “filhinhas da mamãe”, que era como ela os chamava na trama. Muito emocionado, ele beijou a testa de Aracy na cerimônia.
Sobre o caixão, foi colocada uma bandeira da Armênia, país dos pais da atriz.
Lamentamos a morte da inspiradora atriz Aracy Balabanian.
Aracy era brasileira, filha de refugiados armênios.
Seu legado artístico é um exemplo de como as pessoas refugiadas podem contribuir com as sociedades que as acolhem. pic.twitter.com/B0zYTkNOLS
— ACNUR, Agência da ONU para Refugiados (@ACNURBrasil) August 7, 2023
Filha de imigrantes e paixão pelo teatro
Aracy nasceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em 22 de fevereiro de 1940.
Filha de imigrantes armênios, ela se apaixonou pelo teatro e decidiu ser atriz ao ser levada pelas irmãs mais velhas, quando já morava em São Paulo, para assistir uma peça do dramaturgo Carlo Godoni.
“Eu chorei muito. Estava emocionada porque era aquilo que eu queria. É muito difícil para uma criança de 12 anos, ainda mais naquela época, querer ser atriz e já perceber que ia ter muitas dificuldades”, disse Aracy em depoimento ao Memória Globo.
Ela relembrava que seu pai era contra a escolha de ser atriz: “Comecei em uma época em que não era bonito fazer televisão, nem teatro.”
Aos 14 anos, estudando no Colégio Bandeirantes, na capital paulista, ela assistiu uma palestra do dramaturgo Augusto Boal, que a convidou a fazer um teste para o Teatro Paulista do Estudante. Ela passou e seu primeiro trabalho foi a peça “Almanjarra”.
Ao Memória Globo, ela lembra de ler uma crítica de Décio de Almeida Prado e Sábado Magaldi: “Eles escreveram uma crítica que terminava dizendo: ‘Aracy Balabanian: guardem esse nome’ Eu fique possuída.”
Ao terminar o colégio, ela entrou para a Universidade de São Paulo (USP) onde estudou simultaneamente na Escola de Arte Dramática (EAD) e no curso de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), que não chegou a concluir.
Carreira na televisão e a paixão por novelas

Após participar de alguns espetáculos do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), ela participou de uma adaptação da tragédia grega de Sófocles, “Antígona”, em um teleteatro da TV Tupi. Ali começou sua carreira na televisão, que durou mais de 50 anos e passou por mais de 30 novelas.
A primeira foi entre o final de 1964 e início de 1965, na TV Record: “Marcados pelo Amor”, escrita por Walther Negrão e Roberto Freire. Em 1968, fez a novela “Antônio Maria”, na qual fez par romântico com o ator Sérgio Cardoso. Ela contava que foi esse papel que fez seu pai aceitar sua escolha de carreira.
“Eu costumo dizer que o Brasil parou nessa novela e o meu pai parou em mim”, disse ao Memória Globo. A estreia na TV Globo, onde trabalhou até o final de sua vida, foi em 1972, na novela das sete em preto-e-branco “O Primeiro Amor”, exibida entre janeiro e outubro daquele ano.
Em 1973, viveu Gabriela e contracenava com os bonecos personagens do infantil “Vila Sésamo”.
“Vinte anos depois, eu comecei a ver moças e rapazes me chamando de ‘minha Xuxa’. É muito gratificante saber que tem crianças que aprenderam a falar cantando a musiquinha de Vila Sésamo”, disse ao Memória Globo.
Foram incontáveis novelas e outras produções ao longo dos anos 1970 e 1980, mas foi nos anos 1990 que viveu seus maiores sucessos.
“Rainha da Sucata”
Em 1990, Aracy Balabanian ganhou do escritor Silvio de Abreu o papel de “dona Armênia”, em “Rainha da Sucata” – trama cujo tema principal era “a oposição entre os novos-ricos e a elite paulista decadente”.
A personagem, com referência à ascendência da própria atriz, era uma armênia rabugenta que morava no Brasil há muitos anos e mãe superprotetora dos filhos Gera, Gino e Gerson.
Ela acaba se tornando proprietária do terreno onde está a empresa da protagonista Maria do Carmo (atriz Regina Duarte), que enriqueceu com os negócios do ferro-velho do pai.
Ao resolver demolir o prédio, dona Armênia viveu um diálogo que marcou a carreira de Aracy, quando ela promete colocar o prédio “na chon”.
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“Minha mãe era uma mulher toda aplicada, mas nós tínhamos uma vizinha que falava muito alto, que se metia na vida de todo mundo. Então, eu fiz um pouco assim. Foi uma loucura o sucesso da personagem”, disse Aracy ao Memória Globo.
A personagem fez tanto sucesso que Silvio de Abreu trouxe dona Armênia e seus filhos de volta na novela “Deus Nos Acuda”, em 1992.
“Sai de Baixo”
Em 1996, ela vive outro de seus maiores sucessos como Cassandra, uma das moradoras do 6º andar de um edifício residencial no centro de São Paulo com vista para o Largo do Arouche, em “Sai de Baixo”.
Contracenando com Miguel Falabella, Marisa Orth, Claudia Jimenez, Luis Gustavo e outros, Aracy participou das oito temporadas da sitcom de sucesso da TV Globo, que era gravada no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo.
A interação com plateia, os atores saindo do personagem e erros engraçados que não eram cortados na edição viraram marcos do seriado que teve mais de 240 episódios.
A personagem de Aracy, Cassandra, era mãe de Magda (Marisa Orth), esposa de Caco Antibes (Miguel Falabella), e foi morar com o casal após a morte de seu marido.
“Eu me vi fazendo uma coisa que é o sonho de todo ator: teatro e televisão, ao mesmo tempo. Só que era um espetáculo ensaiado em uma tarde”, disse Aracy ao Memória Globo.
“Marisa Orth e eu fomos as primeiras a chegar para o Daniel Filho e dizer: ‘Não vai dar, tira a gente’. Mas eu acho que nós fomos ficando sem-vergonhas e descobrimos que o público gostava mesmo era de nos ver errar. Quando passou esse susto de ‘não podemos errar’, a gente se divertiu muito”, acrescentou.
“Da Cor do Pecado”, “Passione”, “Saramandaia”, “Sol Nascente” e mais: Aracy continuou a participar de produções da TV Globo até os últimos anos de vida. Sua última participação foi no especial de fim de ano, em 2019, “Juntos a Magia Acontece”.
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A atriz Aracy Balabanian morreu em 7 de agosto aos 83 anos
Crédito: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE -
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A cantora irlandesa Sinead O’Connor morreu em 26 de julho, aos 56 anos
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Lendário cantor Tony Bennett morreu em 21 de julho, aos 96 anos
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Palhinha, ex-atacante que foi ídolo de Cruzeiro, Atlético Mineiro e Corinthians, morreu aos 73 anos em 17 de julho
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Pianista, cantor e compositor brasileiro João Donato morreu aos 88 anos, em 17 de julho
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A cantora, atriz e modelo britânica Jane Birkin, morreu aos 76 anos em 16 de julho
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O escritor checo Milan Kundera, autor de “A Insustentável Leveza do Ser”, morreu em 11 de julho, aos 94 anos
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Diretor, roteirista, ator e dramaturgo Zé Celso, faleceu em 6 de julho, aos 86 anos
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O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Sepúlveda Pertence morreu em 2 de julho, aos 85 anos
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Comentarista esportivo Paulo Roberto Martins, morreu aos 78 anos em 19 de junho
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Luiz Schiavon, tecladista e fundador da banda RPM, morreu em 15 de junho, aos 64 anos
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Político e ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, morreu aos 86 anos, em 12 de junho
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Hélio Turco, presidente de honra e maior compositor de sambas da Mangueira, morreu em 8 de junho, aos 87 anos
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Tina Turner, cantora apelidada de “Rainha do Rock”, morreu aos 83 anos, em 24 de maio
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Ator Ray Stevenson, que atuou no Universo Cinematográfico da Marvel, morreu em 21 de maio, aos 58 anos
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Andy Rourke, ex-baixista do The Smiths, morreu em 19 de maio, aos 59 anos
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Jim Brown, lendário running back da NFL, morreu aos 87 anos, em 18 de maio
Crédito: 11/10/2018REUTERS/Joshua Roberts -
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Cantora Rita Lee, cantora e compositora brasileira conhecida como “Rainha do Rock Brasileiro”, morreu aos 75 anos, em 8 de maio
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A apresentadora de TV e cozinheira Palmirinha Onofre faleceu aos 91 anos, em 7 de maio
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O músico, ator e ativista Harry Belafonte, apelidado de “Rei do Calypso”, morreu aos 96 anos, em 25 de abril
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O músico, compositor, produtor e ator japonês Ryuichi Sakamoto morreu aos 71 anos, em 28 de março
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Ex-jogador do New York Knicks, da NBA, Willis Reed, faleceu em 21 de março, aos 80 anos
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O ator Lance Reddick morreu aos 60 anos, em 17 de março
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O baterista Jim Gordon morreu em 13 de março, aos 77 anos
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Ex-ministro chefe da Casa Civil Eliseu Padilha morreu aos 77 anos, em 13 de março
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Canisso, ex-baixista do Raimundos, morreu aos 57 anos, em 13 de março
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O cartunista Paulo Caruso morreu em 4 de março, aos 73 anos
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O atacante francês Just Fontaine, artilheiro da Copa de 1958 com 13 gols em 6 jogos, morreu aos 89 anos, em 1º de março
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Atriz Stella Stevens morreu aos 84 anos, em 17 de fevereiro
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A atriz e modelo norte-americana Raquel Welch faleceu aos 82 anos, em 15 de fevereiro
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A jornalista e apresentadora de TV Glória Maria morreu aos 73 anos, em 2 de fevereiro
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O cantor, guitarrista e compositor David Crosby morreu aos 81 anos, em 18 de janeiro
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A cantora e compositora Lisa Marie Presley, filha de Elvis Presley, faleceu em 12 de janeiro, aos 54 anos
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O guitarrista britânico Jeff Beck morreu aos 78 anos, em 10 de janeiro
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O ex-atacante Roberto Dinamite, ídolo do Vasco da Gama, morreu aos 68 anos, em 8 de janeiro
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Gianluca Vialli, ex-atacante que defendeu Juventus e Chelsea, morreu aos 58 anos, em 6 de janeiro
Crédito: 14/11/2021 Action Images via Reuters/Jason Cairnduff
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Fonte: CNN Brasil