• qui. jan 23rd, 2025

Google oferece “Simulador de Escravidão” em sua loja de aplicativos

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O Google tirou do ar após oferecer por mais de um mês em sua loja de aplicativos para o sistema Android, a “Play Store“, um “jogo” intitulado “Simulador de Escravidão”, no qual o usuário pode simular ser um proprietário de pessoas escravizadas. Denúncias contra o aplicativo começaram a repercutir nas redes sociais nesta quarta-feira (24).

Lançado na Play Store no dia 20 de abril, o aplicativo ficou indisponível por volta das 13h30 desta quarta, conforme relatou à CNN a assessoria do Google.

Google tira do ar após oferecer aplicativo “Simulador de Escravidão” na Play Store / Reprodução

A produtora responsável, Magnus Games, afirmava no aplicativo que o usuário era capaz de “trocar, comprar e vender escravos”.

“Escolha um dos dois objetivos no início do simulador do proprietário de escravos: o Caminho do Tirano ou o Caminho do Libertador. Torne-se um rico proprietário de escravos ou consiga a abolição da escravidão. Tudo está em suas mãos”, escrevia a descrição feita pela empresa.

Jogo "Simulador de Escravidão" é oferecido na loja de aplicativos do Google.
Jogo “Simulador de Escravidão” é oferecido na loja de aplicativos do Google. / Reprodução

Em uma das modalidades oferecidas, era feita a descrição: “Use escravos para seu próprio enriquecimento. Evite a abolição da escravatura e acumule uma certa quantia em dinheiro.”

A Magnus Games alega que o “jogo foi criado exclusivamente para fins de entretenimento”. “Nosso estúdio condena a escravidão em qualquer forma. Todo o conteúdo do jogo é fictício e não está vinculado a eventos históricos específicos. Todas as coincidências são acidentais”, escreve notificação do aplicativo, conforme mostra a imagem abaixo.

Produtora Magnus Games alega que o jogo "Simulador de Escravidão", oferecido na loja de aplicativos do Google, foi produzido por "fins de entretenimento".
Produtora Magnus Games alega que o jogo “Simulador de Escravidão”, oferecido na loja de aplicativos do Google, foi produzido por “fins de entretenimento”. / Reprodução

Conforme mostrava a própria plataforma do Google, o aplicativo foi lançado no dia 20 de abril deste ano e foi baixado mais de 1 mil vezes e possuía classificação indicativa “Livre”.

O próprio Google detalha, em seu site, que a classificação desta categoria para o Brasil indica que “o conteúdo é adequado a todas as idades. Por vezes, pode apresentar algum elemento de baixíssimo impacto, como violência infantilizada”.

Ainda de acordo com a plataforma, o aplicativo possuia uma nota de 4 estrelas. A nota máxima é de 5 estrelas.

“Ótimo jogo para passar o tempo. Mas acho que faltava mais opções de tortura. Poderiam estalar a opção de açoitar o escravo também”, avaliou, no dia 22 de maio, o usuário “Mateus Schizophrenic”, que deu nota 5 estrelas.

“É inacreditável que esse tipo conteúdo esteja disponível e acessível para crianças”, escreveu, no mesmo dia, o usuário Lucas Lima, que deu nota mínima ao aplicativo.

CNN entrou em contato com o Google e a Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Games (Abragames), e aguarda retorno. A CNN tenta contatar a produtora Magnus Games.

Deputado diz que entrará com representação no MP

Em meio à repercussão nas redes sociais das críticas feitas ao oferecimento do aplicativo na plataforma do Google, autoridades também se manifestaram

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB) chamou de “desumano, nojento, estarrecedor e criminoso”.

“A Unegro Brasil me trouxe a denúncia. Entraremos com representação no Ministério Público por crime de racismo e levaremos o caso até as últimas consequências, de preferência a prisão dos responsáveis”, publicou no Twitter.

“A própria existência de algo tão bizarro à disposição nas plataformas mostra a urgência de regulação do ambiente digital”, acrescentou o relator do PL das Fake News.

Fonte: CNN Brasil

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