O governo federal quer diminuir a dependência externa no fornecimento de insumos e de equipamentos na área de saúde.
Para isso, na segunda-feira (3), foi recriado o grupo executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), que reúne representantes da sociedade e de 20 órgãos da União.
A ideia é estimular a pesquisa e a produção local de insumos, sobretudo para a fabricarão de medicamentos. No Brasil, 90% desses materiais são importados da China e da Índia.
“A globalização passa a ter um princípio novo, que é o princípio da precaução. Nós não podemos depender, nas áreas estratégicas, de tudo que é fabricado lá fora. Especialmente na saúde”, disse o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, durante o evento que recriou o grupo.
Apesar de responder por 10% do Produto Interno Bruto (PIB), a saúde possui déficit comercial crescente. No ano passado, por exemplo, as importações no setor chegaram a 20 bilhões de dólares.
“É um setor estratégico para a industrialização do país, cuja fragilidade ficou ainda mais evidente durante a pandemia de covid-19. A maior autonomia do Brasil é fundamental para reduzir a vulnerabilidade do SUS e assegurar o acesso universal à saúde”, completou a ministra da pasta, Nísia Trindade.
A expectativa é que em dez anos 70% das necessidades do SUS em medicamentos, equipamentos, vacinas e outros materiais médicos passem a ser produzidos no país.
De acordo com o Ministério da Saúde, isso será possível a partir de ações baseadas em oito eixos:
- Reindustrialização nacional;
- Ampliação da produção e geração de empregos e produtividade;
- Otimização do poder de compra do Estado;
- Financiamento da ciência;
- Redução da dependência produtiva e tecnológica;
- Garantia do acesso universal da saúde;
- Orientação do ambiente regulatório;
- Cooperação regional e global.
Colegiado
Criado em 2008, o grupo-executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde foi desfeito pouco antes da pandemia de covid-19. Logo que venceu as eleições, o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu a recriação do colegiado, com a promessa de mais participação da sociedade civil.
Na nova versão, o grupo conta com a participação de ao menos nove associações, sociedades, conselhos e centrais sindicais.
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Fonte: CNN Brasil