A repercussão do conflito entre Israel e o Hamas nas redes sociais está resultando em uma “gigantesca onda de desinformação”, afirmou à CNN o diretor-executivo do Centro de Combate ao Ódio Digital (Center for Countering Digital Hate, CCDH em inglês), Imran Ahmed.
O grupo atua para conter a produção de discursos de ódio e de desinformação nas redes sociais e trava uma batalha contra o X (antigo Twitter) e seu dono, Elon Musk, para tentar um incremento na moderação de conteúdo e a retirada de postagens antissemitas e neo-nazistas da plataforma.
Nesta semana, o Observatório Europeu dos Meios de Comunicação Digital (EDMO, em inglês) divulgou comunicado relatando que “conteúdos enganosos tem ganhado muita força, diante da falta de medidas eficazes de moderação de conteúdo”.
“Um dos grandes desafios dessa crise é o fato de as plataformas digitais terem se tornado ainda menos transparentes nos últimos tempos. Nas redes, a guera se prolonga e se espalha pelo mundo todo”, afirma Ahmed.
A onda de desinformação sobre o conflito se baseia, segundo o diretor do CCDH, em quatro pilares:
a presença de estados hostis
dois lados do conflito que possuem extremistas
a busca indiscriminada e antiética por seguidores
a falta de controle das plataformas sobre o conteúdo, chegando, em alguns casos, na recomendação por parte do algoritmo para que perfis falsos sejam seguidos
“As pessoas não têm pudor de postar algo falso que seja extremo só para poder ganhar conteúdo. Agora o X (antigo Twitter) os paga. As pessoas esperam ganhar mais dinheiro, monetizar conteúdo falso”.
O vídeo está circulando como se fosse de um festival de música eletrônica no qual havia milhares de pessoas, próximo à fronteira com Gaza, e um dos primeiros alvos do Hamas no ataque.
Circulou nas redes sociais um vídeo de pessoas correndo como se estivessem fugindo dos ataques. No entanto, a imagem foi filmada três dias antes, durante um show do cantor norte-americano Bruno Mars, mostrando fãs correndo para o local do palco após a abertura dos portões, em Tel Aviv.
“Já sabemos que amplificam o ódio de desinformação de conteúdo mais polêmico, por exemplo, porque provoca uma reação emocional”, afirmou Ahmed.
Veja também: Ataque a festival de música em Israel; imagens mostram massacre
O CCDH encaminhou ao Twitter antes do conflito ser deflagrado uma lista com 300 postagens com conteúdo racista, antissemita e neo-nazista. Uma semana depois, 86% do conteúdo continuava disponível.
O grupo e a plataforma travam uma disputa judicial sobre o tema.Precisamos de transparência real e precisamos de plataformas que não tornem quase impossível estudarmos o que eles afirmam ser apenas liberdade de expressão”, afirmou o diretor do CCDH.
A CNN procurou o X (antigo Twitter) e aguarda retorno.
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