• qui. jan 23rd, 2025

Icônica siderúrgica americana de 122 anos, US Steel é vendida à japonesa por US$ 15 bi

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A US Steel concordou em ser comprada pela Nippon Steel, a maior siderúrgica do Japão, num negócio de US$ 14,1 bilhões (R$ 69,69 bilhões).

O acordo marca o último passo num declínio gradual da icônica empresa de 122 anos, que já foi a maior do mundo. A siderúrgica foi um dos primeiros grandes conglomerados e um símbolo do poderio industrial norte-americano.

Mas a empresa já não é mais a maior siderúrgica dos Estados Unidos, tendo sido ultrapassada pela Nucor Steel.

“Estamos confiantes de que esta combinação é realmente a melhor para todos”, disse o CEO da US Steel, David Burritt.

“O anúncio de hoje também beneficia os Estados Unidos – garantindo uma indústria siderúrgica nacional competitiva, ao mesmo tempo que fortalece a nossa presença global.”

Segundo os termos do acordo, as operações da US Steel manterão seu nome e continuarão a ter sede em Pittsburgh. Mas o acordo ainda pode ser alterado.

No início do verão nos EUA, o sindicato United Steelworkers prometeu apoiar apenas uma oferta proposta por outra empresa siderúrgica norte-americana sindicalizada, a Cleveland Cliffs, para comprar a US Steel.

O conselho da US Steel rejeitou a oferta e começou a considerar outras propostas.

O sindicato não respondeu imediatamente a um pedido de comentário na manhã de segunda-feira (18).

“Os membros do USW já passaram por vendas e potenciais vendas de empregadores muitas vezes antes, e a nossa prioridade é sempre garantir que os direitos dos membros do USW sejam respeitados e que os empregos e benefícios sejam protegidos”, disse o sindicato num comunicado em agosto.

A declaração da US Steel disse que a Nippon Steel tem um forte histórico de segurança no local de trabalho e de trabalho colaborativo com os sindicatos.

A siderúrgica norte-americana diz que todos os contratos sindicais permanecerão em vigor e que a Nippon Steel está comprometida em manter essas relações.

Histórico

A US Steel foi criada em 1901 por meio de uma fusão quando um grupo liderado por J.P. Morgan e Charles Schwab, dois dos principais financiadores mundiais da época, comprou a empresa siderúrgica de propriedade de Andrew Carnegie e a combinou com suas participações na rival Federal Steel Company.

A nova empresa tornou-se a primeira do mundo a ser avaliada em mais de um bilhão de dólares, o dobro de todo o orçamento dos EUA naquele ano. O acordo fez do proprietário Andrew Carnegie o homem mais rico do mundo.

No início do século XX, a empresa produziu o aço que ajudou os Estados Unidos a se tornar uma superpotência econômica global, fornecendo aço não apenas para arranha-céus, pontes e barragens, mas também para automóveis, eletrodomésticos e outros produtos desejados pelos consumidores norte-americanos.

A US Steel era tão dominante que a sua capacidade competitiva motivou a criação de leis antitruste do país, aprovadas numa tentativa de manter sob controle o poder estratégico e financeiro da empresa e da Standard Oil.

Contudo, nos últimos anos, a US Steel perdeu seu posto para outras empresas siderúrgicas dos EUA na produção de aço e no valor de mercado. Além disso, a indústria siderúrgica norte-americana é uma sombra do que era, sem nenhuma empresa entre os 10 maiores produtores de aço do mundo.

“A empresa atingiu o pico em 1916”, disse Charles Bradford, analista de longa data da indústria siderúrgica, à CNN em agosto, quando começou a licitação pela US Steel.

“Tem sido uma ladeira abaixo. O pico de produção ocorreu na década de 1970, [e a empresa] não fez nada durante décadas.”

A oferta em dinheiro de segunda-feira representa um prêmio de 40% sobre o preço de fechamento das ações da US Steel na sexta-feira (15). As ações da empresa subiram 28% nas negociações de pré-mercado.

As ações da Nippon caíram 1% nas negociações no Japão, que foram fechadas antes do anúncio do negócio.

Veja também: Setor industrial será muito beneficiado pela reforma tributária, diz especialista

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

versão original

Fonte: CNN Brasil

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