A indefinição por parte do governo sobre a reforma ministerial vem irritando os partidos do Centrão, que vão insistir em espaços “de peso” no governo. Integrantes do PP e do Republicanos externam desconforto com a demora do Palácio do Planalto em fechar um desenho que contemple pastas influentes e órgãos de relevo, de acordo com lideranças das legendas.
A avaliação de representantes dos partidos é que o grupo não pode aceitar um acordo com ministérios menores ou um pacote com cargos do segundo escalão, como aventado pelo time do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Vídeo – Lula tenta blindar pastas cobiçadas pelo Centrão
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Nos bastidores, as siglas usam como argumento o acordo feito por Lula com o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que emplacou aliados na Esplanada. Citam ainda o fato de o PSB, que tem bancada com somente 15 deputados, ter representantes em três ministérios.
Do lado do PP, partido de Arthur Lira e que tem bancada de 49 deputados, a ideia é “não aceitar ouro de tolo”, diz um interlocutor do presidente da Câmara. O comando da Caixa e uma pasta do porte do Desenvolvimento Social são vistos como essenciais para que um entendimento deslanche.
Já do lado do Republicanos, a avaliação é que o desgaste com a base só se justifica com um ministério de fato importante. A legenda não vê interesse no comando do Ministério de Ciência e Tecnologia, por exemplo, e também não gosta da ideia de ficar com uma nova pasta, que poderia ser criada para cuidar de Pequenas Empresas, segundo integrantes do partido.
O vaivém de possibilidades tem feito lideranças do Centrão cobrarem Arthur Lira. Isso porque, antes do recesso, o presidente da Câmara procurou os partidos aliados para pedir que votassem o projeto do Carf, tema de interesse do governo.
O argumento de Lira era que o acordo com Lula estava fechado e não era preciso se preocupar. Um aliado de Lira diz que ele pode ter errado ao entregar a votação diante da resistência que agora se vê para selar um entendimento.
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Fonte: CNN Brasil