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Índice de Sustentabilidade da B3 forma primeira carteira do ano com 70 empresas de 37 setores

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A B3 lançou sua primeira carteira de 2023 do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), a 18ª, que reúne 70 empresas, um recorde, e que, juntas, equivalem a cerca de R$ 2 trilhões em valor de mercado.

Além do aumento no número de empresas – 23 a mais que a 17ª edição – essa última também tem mais diversidade de setores que a anterior, são 37 contra 27.

“Com 47 empresas e menos setores, o índice estava mais concentrado. Agora com 70, é positivo, pois há uma maior diversificação dos setores. Isso ajuda a equilibrar melhor o índice”, avalia Marcella Ungaretti, head de Research ESG na XP Investimentos.

De acordo com especialistas, o recorde de empresas que agora fazem parte do ISE B3 demonstra maior preocupação com questões de sustentabilidade e práticas de governança corporativa, pilares do ESG (sigla do inglês que significa Ambiental, Social e de Governança Corporativa).

Para Fabricio Soler, advogado ambientalista e professor de pós-graduação em Direito Ambiental e Gestão Estratégica da Sustentabilidade da PUC-SP, esses valores estão “em alinhamento às políticas de mitigação e adaptação das mudanças climáticas adotadas mundialmente.”

É também um sinal de que há um amadurecimento das empresas com a consolidação do ESG e seus critérios passam a ser considerados “na avaliação de riscos, oportunidades e respectivos impactos, com objetivo de nortear atividades, negócios e investimentos sustentáveis”, explica.

As discussões trazidas pela COP27 – Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas realizada em novembro, no Egito – também impulsionam a adoção da agenda ESG e a participação no ISE B3, na opinião do professor. “A COP27 trouxe discussões relevantes ao mercado, além de reiterar o compromisso firmado anteriormente de buscar limitar o aumento de temperatura global em 1.5°C.”

Soler destaca ainda que a Conferência do clima convocou bancos multilaterais e instituições financeiras para simplificar o acesso e promover o financiamento climático aos países em desenvolvimento.

Critérios

Para participar do Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, as companhias devem obrigatoriamente atender a critérios relacionados às práticas empresariais ESG.

Com o interesse em participar da ISE B3, a nota ESG da companhia é divulgada ao mercado, conforme explica Marcella Ungaretti. A partir daí, a B3 verifica quais podem entrar no índice ou não.

Cesar Sanches, superintendente de Sustentabilidade da B3, elenca quais são os critérios para participar da ISE B3:

  • Estar entre as 200 primeiras no Índice de Negociabilidade (IN), que mede o volume negociado por um ativo na bolsa, no período de vigência das três carteiras anteriores do índice;
  • Ter presença em pregão de 50% nesse mesmo período;
  • Não ser classificada como “penny stock”. Isso significa que ações negociadas por valor abaixo de R$ 1,00 não estão elegíveis para entrar no índice.

Sanches destaca que, com base nesses critérios, as companhias elegíveis são convidadas para o processo, mas a participação é voluntária e gratuita.

Na composição da 18ª carteira, 83 empresas que se inscreveram estavam elegíveis, mas, após o processo seletivo, 70 foram aprovadas, incluindo as 47 que já faziam parte das carteiras formadas em 2022.

Sanches explica que a B3 aprimorou a metodologia de avaliação das empresas em 2021. “A atual metodologia tornou o índice mais simples e transparente para os investidores. O processo também ficou mais objetivo para as empresas, e os questionamentos estão mais próximos ao que o mercado está habituado a reportar, considerando a sinergia com os padrões internacionais”. 

Marcella, da XP, ressalta que não significa que as empresas que fazem parte do ISE B3 estão no pleno estado ESG. “A agenda ESG é uma jornada. As empresas precisam melhorar essa abordagem a longo prazo”.

Veja as empresas que fazem parte da 18º carteira do ISE B3

A carteira do ISE B3, válida para o período entre janeiro e abril de 2023, é composta pelas seguintes empresas:

  • Aeris;
  • AES Brasil Energia;
  • Aliansce Sonae;
  • Ambev;
  • Ambipar;
  • Americanas S.A.;
  • Arezzo, Azul;
  • B3 S.A.;
  • Banco do Brasil;
  • Banco Pan;
  • Bradesco;
  • Braskem;
  • BRF, BTG Pactual;
  • CCR;
  • Cemig;
  • Cia Brasileira de Alumínio;
  • Cia Brasileira de Distribuição;
  • Cielo;
  • Cogna Educação;
  • Copel;
  • Cosan;
  • CPFL;
  • CTEEP;
  • Dexco;
  • Diagnósticos da América;
  • Ecorodovias;
  • EDP;
  • Eletrobrás;
  • Eneva;
  • Engie;
  • Fleury;
  • Gafisa;
  • Grendene;
  • Guararapes;
  • Hypera;
  • Iochpe Maxion;
  • Irani Papel e Embalagem;
  • Itaú Unibanco;
  • Itausa;
  • Klabin;
  • Light;
  • Lojas Renner;
  • M. Dias Branco;
  • Magazine Luiza;
  • Marfrig;
  • Minerva;
  • Movida;
  • MRV;
  • Natura;
  • Neoenergia;
  • Raia Drogasil;
  • Raízen;
  • Rede D’or, Rumo;
  • Sanepar;
  • Santander;
  • Santos Brasil;
  • Sendas;
  • Simpar;
  • SLC Agrícola;
  • Suzano;
  • Telefônica;
  • Tim;
  • Usiminas;
  • Vamos S.A.;
  • Via;
  • Vibra;
  • Weg.

*Sob supervisão de Ana Carolina Nunes

Fonte: CNN Brasil

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