O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF) Anderson Torres prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (2).
Em entrevista exclusiva à CNN, o advogado Rodrigo Roca, que representa Torres, afirmou que ele “explicou sobre tudo que lhe foi perguntado, justificou e mostrou provas”.
O ex-ministro também disse que perdeu o celular, mas o advogado destacou que as informações contidas no aparelho foram disponibilizadas às autoridades.
“As informações dele [celular] foram franqueadas hoje mesmo à Justiça, à Polícia. O que está na nuvem ele disse que vai fornecer as senhas, tudo o que for necessário. Franqueou seus sigilos bancário, fiscal, telefônico, telemático… disse que, se necessário, entrega o seu passaporte”, ressaltou Roca.
O representante explicou que em “clima de desespero, atormentado, preocupado e com a mente atabalhoada”, e durante deslocamento nos Estados Unidos, Torres desligou o celular e acabou o perdendo.
“Não houve quebra de silêncio, pois ele nunca ficou em silêncio. O que aconteceu da vez passada é que a defesa não tinha tido acesso a nada dos autos. Agora, temos acesso a boa parte. Mas, por exemplo, a representação policial que deu início a isso tudo, nós desconhecemos”, disse.
Além disso, Rodrigo Roca afirmou que o ex-ministro mostrou que “tudo que cabia a um secretário fazer foi feito, bem feito, em tempo” e que todas as autoridades responsáveis teriam sido avisadas e recebido um ofício.
“Então, se houve alguma falha, essa falha está no plano operacional, e não de planejamento, que é o que cabe a um secretário de segurança”, alegou.
Por fim, o advogado disse ainda que, com as informações fornecidas pelos setores de inteligência das forças de segurança do DF, “não havia com o que se preocupar”.
“Até o momento de sua partida, não havia notícia de qualquer possibilidade de manifestação violenta, agressiva”, pontuou.
A CNN teve acesso ao conteúdo do depoimento de Anderson Torres. Nele, o ex-ministro disse que acredita que recebeu a minuta para um golpe de Estado no seu gabinete no Ministério da Justiça, onde a assessoria separava duas pastas de documentos para análise, que vinham de diversas fontes.
Ainda segundo o relato de Torres, devido à “sobrecarga de trabalho, levava todos os documentos da pasta para casa”, sendo que os “importantes” retornavam ao ministério, e os demais eram descartados.
Ele considerou a minuta “totalmente descartável” e “sem viabilidade jurídica”, mas que não foi ele quem colocou a pasta com o decreto na estante, acreditando que pode ter sido uma funcionária ao arrumar a casa e que era para ter sido descartado.
Em outro momento, Anderson Torres declarou que se se o plano deixado por ele na secretaria tivesse sido seguido, não haveria invasão às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.
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Fonte: CNN Brasil