A campanha da Semana Mundial de Aleitamento Materno deste ano aponta para a necessidade de uma licença maternidade com um período adequado.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que os bebês devem se alimentar apenas de leite materno nos seis primeiros meses de vida.
No entanto, a falta de condições no mercado de trabalho impede que mães brasileiras ofereçam uma alimentação segura aos filhos.
“Como é que a gente pode falar em alimentação exclusiva até seis meses e a mulher volta ao trabalho com quatro meses? É incoerente”, afirmou Cinthia Calsinski, consultora internacional de lactação, em entrevista à CNN Rádio.
“E muitas mulheres estão no mercado de trabalho informal, nem licença maternidade elas têm. E se elas deixam de trabalhar, elas deixam de ganhar, não tem comida na mesa.”
A enfermeira obstetra lembra que um período de licença maternidade maior favoreceria o desenvolvimento das crianças no curto e no longo prazo, e diz que, além de ser uma questão de saúde pública, a amamentação inadequada traz prejuízos para as próprias empresas.
“A mulher que amamenta tem uma criança mais saudável, com uma imunidade maior. E essa mulher vai faltar menos no serviço por conta do filho doente, por exemplo. Muitos bebês vão para creche, onde a contaminação é grande na convivência outras crianças”, acrescenta.
Cinthia ressalta que, além de proporcionar mais saúde aos bebês, um período maior de amamentação também ajuda a evitar uma série de doenças nas mães, como câncer de mama e de ovário.
A consultora avalia que a conscientização sobre a amamentação cresceu no Brasil, mas ainda faltam muitas medidas efetivas, como uma ampliação das licenças maternidade e paternidade.
Veja mais — Joel Pinheiro: Licenças maternidade e paternidade cristalizam desigualdade
data-youtube-width=”500px” data-youtube-height=”281px” data-youtube-ui=”nacional” data-youtube-play=”” data-youtube-mute=”0″ data-youtube-id=”jQn34fSJhnc”
Compartilhe:
Fonte: CNN Brasil