O líder do PP na Câmara dos Deputados, André Fufuca, afirmou nesta quinta-feira (9) ter reunido 205 assinaturas, 34 a mais que o mínimo necessário para instalação da CPI das Americanas.
A leitura do requerimento depende no presidente Casa, Arthur Lira (PP).
“Como é uma questão suprapartidária e praticamente não há outras comissões na fila, acredito que não vai demorar para ser instalada”, afirmou Fufuca na quarta-feira (8) à CNN.
Ainda de acordo com o líder, a proposta da comissão parlamentar de inquérito é saber se o “desarranjo contábil” se resume a apenas uma empresa, o motivo de não ter sido identificada a situação previamente por uma empresa de auditoria, além de identificar se outras empresas do grupo também estão em situação similar.
A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro, após divulgar “inconsistências” contábeis no valor de cerca de R$ 20 bilhões e uma dívida total de mais de R$ 40 bilhões.
Aporte de R$ 10 bilhões
A Americanas anunciou que se reuniu com os credores financeiros na segunda-feira (6) e na terça-feira (7) em busca de um entendimento para quitar as dívidas.
A proposta foi de aumento de capital em dinheiro no valor de R$ 10 bilhões. As partes, porém, não chegaram a um acordo.
A empresa disse que “espera continuar mantendo discussões construtivas com seus credores em busca de uma solução sustentada que permita a continuidade de suas atividades”.
A tentativa de negociação foi apresentada aos credores financeiros pela Rothschild & Co, assessoria contratada pela Americanas.
No dia 12 de fevereiro, os acionistas da Americanas haviam proposto um aporte de capital em dinheiro de R$ 7 bilhões.
A negociação era liderada por Jorge Paulo Lemann, Alberto Sicupira e Marcel Telles. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou na época que não houve acordo.
O trio de bilionários aumentaria seu capital na companhia com o aporte, que considerava um financiamento de R$ 2 bilhões já captado, e também seria convertido em capital.
A proposta incluía ainda a recompra de dívida por parte da companhia na ordem de R$ 12 bilhões e a conversão de dívidas financeiras por cerca de R$ 18 bilhões, parte em capital e parte em dívida subordinada.
Em janeiro, a 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro aceitou o pedido de recuperação judicial do Grupo Americanas. Foram alegadas inconsistências contábeis que geraram mais de R$ 40 bilhões em dívidas.
O Grupo Americanas é composto pelas empresas Americanas S.A., B2W Digital Lux e JSM Global. Elas são responsáveis por marcas como as Lojas Americanas, Americanas.com, Submarino, Shoptime, Hortifruti, entre outras.
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Fonte: CNN Brasil