O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou que seu governo chegou a um acordo com os Estados Unidos para receber venezuelanos deportados, informou na segunda-feira (9) em seu programa semanal.
Maduro garantiu que de dois milhões de venezuelanos que emigraram por razões econômicas, quase um milhão retornou ao seu país dentro do programa “Retorno à Pátria”, principalmente de países como Chile, Equador, Peru e parte da Colômbia.
O governo da Venezuela criou em agosto de 2019 o programa “Retorno à Pátria”, que estabelece uma ponte aérea e terrestre para os cidadãos que desejam retornar ao país e não possuem meios próprios para isso.
Até agosto, a Plataforma de Coordenação Interagências para Refugiados e Migrantes contabilizou mais de 7,7 milhões de venezuelanos que tiveram que abandonar o território devido à crise sistêmica do país sul-americano.
Durante sua intervenção no programa, Maduro garantiu que notificou autoridades americanas da existência de uma rede de coiotes que opera entre o Chile e os Estados Unidos para mobilizar migrantes de forma irregular.
Em 5 de outubro, o governo de Joe Biden anunciou que retomaria as deportações de venezuelanos diretamente para seu país, em uma tentativa de frear o fluxo recorde de travessias na fronteira entre os Estados Unidos e o México. A medida marca uma grande mudança na política de Biden.
Venezuelanos que cruzarem ilegalmente a fronteira sul e não tiverem uma base legal para permanecer nos Estados Unidos serão elegíveis para deportação, de acordo com altos funcionários do governo.
“O anúncio de hoje [quinta-feira] é uma parte importante de nossos esforços contínuos para intensificar as consequências que existem na fronteira para os migrantes que cruzam ilegalmente”, disse um dos funcionários.
Em um comunicado posterior, o governo da Venezuela disse que havia assinado um acordo com os EUA para permitir a “repatriação legal de cidadãos venezuelanos dos Estados Unidos”.
O governo venezuelano acrescentou que a migração fora do país nos últimos anos “é consequência direta da aplicação de medidas coercitivas unilaterais e do bloqueio à nossa economia que nos foi imposto de forma ilegal e contrária ao direito internacional”.
Resta saber como implementar o acordo entre os dois países, que não têm relações diplomáticas formais ao nível de embaixadores há quase 15 anos.
Em setembro de 2008, o governo de Hugo Chávez expulsou o representante de Washington em seu governo, Patrick Duddy, e depois vetou a nomeação do diplomata escolhido para substituí-lo, Larry Palmer.
Veja também – México e EUA fazem acordo para deportar imigrantes
Este conteúdo foi criado originalmente em espanhol.
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Fonte: CNN Brasil