Pelo segundo dia consecutivo a capital amazonense foi completamente tomada pela fumaça. As máscaras de proteção que estavam esquecidas após o fim da pandemia, voltaram a aparecer. Opção de muitos que precisaram sair de casa hoje e enfrentar a fumaça.
De acordo com a plataforma Selva (Serviço Eletrônico de Vigilância Ambiental), da Universidade do Estado do Amazonas, a qualidade do ar ficou ainda pior nesta quinta feira (12).
Em algumas partes da cidade o índice de concentração de partículas inaláveis finas ficou muito superior aos níveis de referência. As 10h a marca era 314.9 µg/m³ no bairro Aleixo por exemplo. Segundo a medição, o nível passa a ser “péssimo” quando chega a 125 µg/m³. Ontem, a concentração de partículas inaláveis finas às 14h55 era de 191.4 µg/m³
A situação atípica fez com que a Prefeitura de Manaus, por meio do Centro de Cooperação da Cidade (CCC), alterasse o status da capital para “Mobilização”. A mudança feita nesta quarta feira (11) foi analisada por especialistas de saúde e meio ambiente das Secretarias Municipais de Saúde (Semsa); e de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), devido à fumaça proveniente das queimadas.
De acordo com o superintendente do CCC, Sandro Diz, o estágio de Mobilização é classificado como o segundo nível, em uma escala de cinco, e significa que há riscos de ocorrências de alto impacto na cidade devido a um evento previsto ou a partir da análise de dados provenientes de especialistas.
De acordo com a Prefeitura de Manaus, as queimadas têm origem nos municípios da Região Metropolitana (RMM). Nos últimos dois dias, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 504 focos de queimadas no Amazonas, sendo que o município de Autazes, a 111 quilômetros de Manaus, registrou 105, o que representa 20,8% do total registrado no Amazonas.
Além de Autazes, os municípios de Careiro (50 focos), Careiro da Várzea (26 focos), Itacoatiara (24 focos) e Manacapuru (18) estão entre os dez municípios que mais registraram focos de queimadas nos últimos dois dias, segundo os dados do Inpe.
A nível estadual, membros do Comitê Intersetorial de Enfrentamento à Situação de Emergência Ambiental do Governo do Amazonas trabalham em uma proposta destinada a endurecer as punições contra os responsáveis por queimadas ilegais durante o período de estiagem, especialmente na Região Metropolitana de Manaus. Neste ano, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) já aplicou mais de R$ 17 milhões em multas.
Além disso, o governador Wilson Lima conversou com ministros do Governo Federal para envio de reforço às ações de combate às queimadas. Ele pediu à ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança Climática) apoio com equipamentos e pessoal.
Ao ministro José Múcio Monteiro (Defesa), o governador solicitou o envio de aeronaves de grande porte para alcançar os focos de incêndios mais distantes.
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Fonte: CNN Brasil