Metade da população de Gaza está passando fome, disse uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (19). Os residentes do território muitas vezes passam dias inteiros sem comer com os frequentes bombardeios, adicionou o órgão.
“A quantidade de ajuda que chega a Gaza não satisfaz uma fração das necessidades”, advertiu o Programa Alimentar Mundial (PAM) em publicação no X, antigo Twitter.
Apenas 10% dos alimentos necessários na Faixa de Gaza entraram no território nos últimos 70 dias, afirmou Corinne Fleischer, diretora-regional do PAM para o Oriente Médio, Norte de África e Leste da Europa, em entrevista à CBC News do Canadá no domingo.
Há duas semanas, o PAM alertou que 97% das famílias palestinas no norte de Gaza e 83% no sul relataram consumo alimentar inadequado.
Desde então, dezenas de milhares de palestinos deslocados chegaram à província de Rafah, no extremo sul de Gaza, em busca de segurança, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
Na terça-feira (19), o Programa Alimentar Mundial entregou cestas básicas a 2.350 pessoas e refeições quentes a outras 1.750 em Rafah, que se tornou a área mais densamente povoada de Gaza, pontuou o OCHA nesta quarta-feira (20).
“Milhares de pessoas [em Rafah] fazem fila diante dos centros de distribuição de ajuda que necessitam de alimentos, água, abrigo e proteção, no meio da ausência de latrinas e de instalações adequadas de água e saneamento em locais de deslocados informais e abrigos improvisados”, disse o OCHA.
A Human Rights Watch divulgou um relatório na segunda-feira acusando Israel de usar a fome como arma de guerra em Gaza, chamando o caso de “crime de guerra”. Um porta-voz do governo israelense negou a acusação e culpou o Hamas pela escassez de suprimentos.
*Kareem Khadder e Radina Gigova, da CNN, contribuíram para esta reportagem
Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
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Fonte: CNN Brasil