O empresário egípcio Mohamed Al-Fayed, ex-proprietário da loja de departamentos Harrods e do clube de futebol Fulham, morreu aos 94 anos, disse o clube Fulham em comunicado nesta sexta-feira (1). Ele era pai de Dodi Al-Fayed, namorado da princesa Diana.
Seu filho morreu ao lado de Lady Di, há 26 anos, no dia 6 de setembro em 1997 em um acidente de carro em Paris.
Mohamed al-Fayed, bilionário egípcio que comprou a loja de departamentos Harrods e promoveu a desacreditada teoria da conspiração de que a família real britânica estava por trás da morte de seu filho e da princesa Diana. A morte foi anunciada em um comunicado do Fulham Football Club.
“Em nome de todos no Fulham Football Club, envio as minhas sinceras condolências à família e amigos de Mohamed Al Fayed após a notícia do seu falecimento aos 94 anos”, disse Shahid Khan, que sucedeu a al-Fayed como proprietário do clube de futebol londrino.
Nascido na cidade egípcia de Alexandria, al-Fayed começou sua carreira vendendo refrigerantes e depois trabalhou como vendedor de máquinas de costura. Ele construiu a fortuna de sua família no setor imobiliário, marítimo e de construção, primeiro no Oriente Médio e depois na Europa.
Embora al-Fayed possuísse símbolos do establishment como o Harrods, o Fulham e o hotel Ritz em Paris, ele sempre foi um estranho na Grã-Bretanha, tolerado, mas não abraçado.
Ele desentendeu-se com o governo britânico devido à sua recusa em conceder-lhe a cidadania do país que foi seu lar durante décadas, e muitas vezes ameaçou mudar-se para França, o que lhe concedeu a Legião de Honra, a sua mais alta condecoração civil.
Al-Fayed – que podia ser charmoso, autocrático, vingativo e às vezes extremamente franco – passou 10 anos tentando provar que Diana e seu filho Dodi foram assassinados quando seu carro bateu em um túnel rodoviário em Paris em 1997, enquanto tentavam fugir dos paparazzi em motos.
Sem apoio de qualquer prova, de acordo com o inquérito sobre a morte de Diana, ele alegou que ela estava grávida de um filho de Dodi e acusou o príncipe Philip, marido da rainha, de ordenar aos serviços de segurança britânicos que a matassem para impedi-la de casar com um muçulmano e de ter o filho dele.
Figura controversa
Mohamed al-Fayed foi uma figura controversa que teve um impacto significativo na sociedade britânica. Era conhecido por sua auto-invenção, exagero e ostentação, mas também era um empresário bem-sucedido e um filantropo generoso.
Al-Fayed nasceu no Egito em 1929. Ele veio para a Grã-Bretanha em 1974 e acrescentou o “al” ao seu nome, o que o levou a ser apelidado de “Faraó Falso” pela revista satírica “Private Eye’.
Em 1985, al-Fayed e seus irmãos compraram a Harrods, uma das lojas de departamentos mais famosas do mundo. A aquisição foi cercada de polêmica, e al-Fayed foi acusado de ter exagerado sua riqueza.
Em 1994, al-Fayed se envolveu no escândalo “cash-for-questions”, no qual foi acusado de pagar a políticos para fazerem perguntas parlamentares em seu nome. O escândalo encerrou as carreiras de quatro políticos, incluindo um ministro.
Em 1997, o filho de al-Fayed, Dodi, e Diana, Princesa de Gales, foram mortos em um acidente de carro em Paris. Al-Fayed acusou a establishment britânica de estar envolvida em suas mortes, mas um júri posteriormente determinou que foi um acidente.
Al-Fayed era uma figura complexa e contraditória. Era um homem que alcançou grande sucesso nos negócios, mas também foi acusado de ser um mentiroso e um trapaceiro. Era um filantropo generoso que doou milhões de libras para instituições de caridade, mas também era um homem amargo e vingativo que nunca perdoou aqueles que ele sentia que o haviam prejudicado.
Al-Fayed morreu em 2023 aos 94 anos. Foi uma figura marcante que será lembrada por seus feitos e por suas controvérsias.
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Fonte: CNN Brasil