O interesse do governo eleito de indicar um nome para representar o Brasil no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) diferente daquele já indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pode gerar desconforto e perplexidade, na opinião do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.
“Existe sempre um fator negativo quando um governo eleito se movimenta contra o candidato brasileiro, sempre pode gerar desconforto, perplexidade, não há dúvidas que é uma situação inusitada”, disse em entrevista à CNN neste sábado (12).
O também ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, enviou uma carta a representantes dos governos americano, chileno e colombiano pedindo para adiar a eleição para a presidência do BID, marcada para o dia 20 de novembro, segundo apuração da analista da CNN Raquel Landim.
Conforme pessoas que tiveram acesso à carta, Mantega diz falar em nome da equipe econômica do novo governo e afirma que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva gostaria de indicar outro candidato. Hoje, o candidato brasileiro à presidência do BID é o economista e ex-presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.
A instituição, no entanto, não aceitou o pedido de adiamento, confirmando o nome de Ilan Goldfajn para ser candidato à presidência.
“O governo que está assumindo se manifesta contra candidatura de um brasileiro e indiretamente se mostra favorável a um representante de outro país. Espero que prevaleça o bom senso e não o radicalismo simplesmente partidário, politico, ideológico e talvez com motivações pessoais”, disse Meirelles.
Sobre a reação negativa do mercado financeiro na última quinta-feira em relação a discurso do presidente eleito sobre política fiscal, Meirelles diz que Lula ainda está no “modo eleitoral”, mas que acredita numa postura mais moderada de Lula no que diz respeito a gastos públicos.
“Acredito que vai prevalecer o bom senso e que o Lula vai seguir a gestão na linha do que foi seu governo, e que deu certo”.
Veja entrevista completa no vídeo.
*Publicado por Ligia Tuon
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Fonte: CNN Brasil