• qui. jan 23rd, 2025

Mudança radical de política na China coloca milhões de idosos em risco, analisa infectologista

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A política de Covid zero na China, que impunha regimes de isolamento e testagens em massa, foi abolida pelo governo chinês após protestos em dezembro deste ano.

A liberação da população vai de encontro com mais de 260 milhões de idosos no país, cujo esquema vacinal é deficiente. A lotação dos hospitais, fechamentos de fábricas e consequentes danos à economia são outros problemas que o Partido Comunista Chinês deve enfrentar.

Alexandre Naime, médico infectologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirmou à CNN que abrir a política de Covid zero sem ter a população idosa vacinada “é uma estratégia kamikaze”.

“Estimativas apontam que cerca de 1 a 2 milhões de óbitos são esperados se essa população idosa não for vacinada ou não for colocada em isolamento”, aponta o médico.

“A política de Covid zero funciona – você não deixa as pessoas se encontrarem –, mas, por trás disso, precisa haver um esforço grande de vacinação em que uma hora você tem que interromper essa política”, explica o médico.

Naime explica que a mudança da política de isolamento social da China é perigosa uma vez que a população idosa tem mais receptividade à Covid grave.

Outro ponto levantado foi o uso exclusivo pela China de vacinas produzidas no próprio território. “Há 1 ano, não nos cabia ser ‘sommelier de vacinas’, escolher qual usar, mas agora a gente sabe que, principalmente para dose de reforço, as vacinas de RNA mensageiro e as de adenovírus (Pfizer, Moderna, AstraZeneca) são mais efetivas principalmente para dose de reforço. Então uma outra preocupação é o tipo de vacina usada por lá. São vacinas com vírus inativo, o que é menos efetivo”, diz Naime.

Fonte: CNN Brasil

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