Elon Musk zombou publicamente da incerteza de um funcionário do Twitter que não sabia se havia sido demitido na última rodada de cortes da empresa. Em uma série de tweets na noite de segunda-feira (6), o bilionário ainda falou com desdém sobre a distrofia muscular do funcionário.
Haraldur Thorleifsson, diretor sênior do Twitter na Islândia, twittou para Musk que o acesso ao seu computador havia sido cortado nove dias antes, quando o Twitter demitiu cerca de 200 funcionários. Porém, Thorleifsson disse no tweet ao CEO que “o seu chefe de RH não pode confirmar se sou um funcionário ou não”.
Dear @elonmusk 👋
9 days ago the access to my work computer was cut, along with about 200 other Twitter employees.
However your head of HR is not able to confirm if I am an employee or not. You’ve not answered my emails.
Maybe if enough people retweet you’ll answer me here?
— Halli (@iamharaldur) March 6, 2023
Em seguida, Musk respondeu ao tweet perguntando: “que trabalho você tem feito?”. Quando o funcionário forneceu uma lista de suas tarefas em resposta, Musk pareceu ficar em dúvida sobre vários pontos. “Fotos ou não aconteceu”, escreveu.
Em um tweet separado, o bilionário disse que Thorleifsson “não fez nenhum trabalho real, alegando como desculpa que ele tinha uma deficiência que o impedia de digitar”.
O ex-diretor esclareceu na plataforma que tem distrofia muscular, uma doença degenerativa que, segundo ele, o colocou em uma cadeira de rodas há mais de 20 anos.
Thorleifsson, que fundou uma empresa de branding digital adquirida pelo Twitter em 2021, foi reconhecido pelas Nações Unidas e pelo presidente da Islândia por liderar um esforço de caridade para construir 1.000 rampas para cadeiras de rodas em Reykjavik para aumentar a acessibilidade da cidade.
“Não consigo fazer trabalhos manuais (que neste caso significa digitar ou usar um mouse) por longos períodos de tempo sem que minhas mãos comecem a ter cãibras”, disse ele. “No entanto, posso escrever por uma ou duas horas de cada vez. Isso não era um problema no Twitter 1.0, já que eu era um diretor sênior e meu trabalho era principalmente ajudar as equipes a seguir em frente, dar conselhos estratégicos e táticos.”
My legs were the first to go. When I was 25 years old I started using a wheelchair.
It’s been 20 years since that happened.
In that time the rest of my body has been failing me too. I need help to get in and out of bed and use the toilet
— Halli (@iamharaldur) March 7, 2023
Após a troca de tweets, Thorleifsson publicou que o chefe de RH do Twitter confirmou que ele não está mais empregado na empresa. “O que é totalmente aceitável e acontece o tempo todo… Eles costumam contar às pessoas sobre isso, mas aparentemente essa é a parte opcional no Twitter agora”, disse ele. “O próximo passo é descobrir se o Twitter vai me pagar o que eles me devem pelo meu contrato.”
Até a publicação da reportagem, Thorleifsson não respondeu ao pedido de comentário da CNN. O Twitter, que cortou grande parte de seu departamento de relações públicas, também não respondeu.
Não é a primeira vez que Musk, um dos homens mais ricos do mundo, zombou publicamente de funcionários do Twitter, empresa que comprou por US$ 44 bilhões no ano passado.
Ele brigou na plataforma com ex-executivos do Twitter, demitiu funcionários que o criticaram e, em um caso, criticou publicamente os tweets de um ex-funcionário sobre ele, dizendo que eram o resultado de “um caso trágico de Tourette adulto”.
O espetáculo chocante do proprietário de uma empresa zombando publicamente de um funcionário destaca o circo corporativo único que os funcionários do Twitter experimentaram no ano passado. Musk ameaçou abandonar o negócio, depois concluiu a aquisição apenas para prosseguir com várias rodadas de demissões.
Centenas de ex-funcionários do Twitter estão agora processando a empresa, alegando quebra de promessas de demissão e, em alguns casos, discriminação, inclusive contra funcionários PCDs.
Enquanto isso, a plataforma parece estar lutando para permanecer ativa. Na segunda-feira, o Twitter experimentou uma de suas maiores interrupções desde a aquisição de Musk, com muitos usuários totalmente incapazes de acessar o site e outros enfrentando problemas para clicar em links ou visualizar fotos, por cerca de uma hora.
Foi a terceira grande falha técnica que o Twitter enfrentou em menos de um mês, já que Musk reduziu a equipe de cerca de 7.500 funcionários antes de sua aquisição para menos de 2.000 e se engajou em uma série de outros esforços de corte de custos.
Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
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Fonte: CNN Brasil