Não houve “conspiração para assumir o poder” ou tentativa de golpe de Estado com a operação Lava Jato, disse, em entrevista à CNN, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR).
“O que houve foi uma explicação muito mais simples: foi feito um bom acordo para recuperação de valores que haviam sido roubados do Brasil, e, do outro lado, o fornecimento de provas”, argumentou, comentando também sobre o acordo de leniência feito com a empresa e homologado pelo ex-juiz.
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No dia 6 de setembro, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou as provas fornecidas pela Odebrecht no acordo de leniência, o que servia de base para diversas acusações e processos na Lava Jato.
Moro também destacou que o convite para ser ministro da Justiça e Segurança Pública de Jair Bolsonaro (PL) e o fato de ser senador atualmente “não tem nada a ver com o trabalho que foi feito lá trás”.
Ele pontuou ainda que o acordo de leniência foi “comemorado” e “elogiado” em 2016.
Governo Lula cria clima de “perseguição”, diz Moro
Durante a entrevista, o parlamentar também pontuou que, na sua opinião, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) provoca um cenário de perseguição política.
“Se forem apuradas responsabilidades criminais porque a decisão de um juiz é revista (…), nós estamos caminhando pelo fim da independência da magistratura”, colocou.
“Temos que acabar com esse revisionismo histórico que é fomentado pelo governo Lula e essa perseguição de quem atua na lava jato, que também é fomentada pelo governo Lula”, comentou Moro.
Conforme adiantado pela âncora da CNN Raquel Landim, o ex-ministro disse a aliados que sofre perseguição política de Lula.
“Suspeição não impacta em nada”, afirma Moro
Sergio Moro também ressaltou que, em sua opinião, ter sido classificado suspeito em julgamentos contra o presidente Lula “não deveria impactar em nada” com relação à Odebrecht, pois seria outro processo.
“Tivemos provas documentais, escancaradas de corrupção da Odebrecht. A própria empresa confessou, fez um acordo, publicou um anúncio pedindo desculpas à população brasileira. Então os fatos são inegáveis”, disse.
Além disso, o senador destacou que a suspeição seria discutível e que teriam sido utilizadas “provas ilícitas para se afirmar isso”.
*Publicado por Tiago Tortella, da CNN
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Fonte: CNN Brasil