Ao menos 23 imigrantes africanos estão desaparecidos e quatro morreram neste sábado (8) depois que seus dois barcos afundaram na Tunísia enquanto tentavam cruzar o Mediterrâneo para a Itália, disse uma autoridade judicial, em meio a um forte aumento de barcos de migrantes no país do norte da África.
A guarda costeira resgatou outras 53 pessoas na cidade de Sfax, no sul, duas das quais estão em estado crítico, disse o juiz do tribunal de Sfax, Faouzi Masmoudi. Ele acrescentou que quatro corpos foram recuperados.
Nas últimas semanas, dezenas desapareceram e morreram em repetidos acidentes de afogamento na costa da Tunísia.
A Tunísia substituiu a Líbia como principal ponto de partida para pessoas que fogem da pobreza e dos conflitos na África e no Oriente Médio na esperança de uma vida melhor na Europa. A repressão ao tráfico humano na Líbia tornou a Tunísia uma opção mais acessível.
A Guarda Nacional disse na sexta-feira que mais de 14 mil migrantes, a maioria da África subsaariana, foram interceptados ou resgatados nos primeiros três meses do ano enquanto tentavam cruzar para a Europa, cinco vezes mais do que os números registrados no mesmo período do ano passado.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse na sexta-feira que a Europa corre o risco de ver uma enorme onda de migrantes vindos do norte da África chegar às suas costas se a estabilidade financeira na Tunísia não for salvaguardada.
Meloni pediu ao FMI e a outros países que ajudem a Tunísia rapidamente a evitar seu colapso.
O ministro das Relações Exteriores da Tunísia, Nabil Ammar, disse na semana passada que o país precisava de financiamento e equipamentos para proteger melhor suas fronteiras. A Tunísia já havia recebido equipamentos da Itália nos últimos anos, mas Ammar afirmou que estavam desatualizados e eram insuficientes.
(Reportagem de Tarek Amara)
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Fonte: CNN Brasil