• qui. jan 23rd, 2025

Nunes Marques concede habeas corpus a ex-diretora de Inteligência convocada para depor na CPMI do 8/1

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O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu nesta quinta-feira (29) um habeas corpus para a ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça Marília Alencar não ser obrigada a depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.

Ela é apontada pela Polícia Federal (PF) como a responsável por entregar ao ex-ministro Anderson Torres um mapa de votação do primeiro turno das eleições de 2022.

Porém, a convocação para depor como testemunha na CPMI foi aprovada com base no cargo de Marília, que era subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e respondia a Torres quando ocorreram os atos criminosos contra as sedes dos Três Poderes.

A delegada foi exonerada junto a outros agentes durante a intervenção federal na segurança da capital. Os integrantes da CPMI pedem que ela seja ouvida para prestar esclarecimentos sobre como foi realizado o serviço de inteligência antes dos atos.

A delegada foi exonerada junto a outros agentes durante a intervenção federal na segurança da capital. Os integrantes da CPMI pedem que ela seja ouvida para prestar esclarecimentos sobre como foi realizado o serviço de inteligência antes dos atos.

Na decisão, Nunes Marques afirma que Marília deve responder à CPMI como investigada, e não como testemunha, pois ela já está no inquérito que investiga atos antidemocráticos, em tramitação na Corte, de relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

“Assim, a situação da paciente de investigada, afastada sua condição de testemunha para depor perante a CPMI do 8 de Janeiro, impede a exigência do compromisso de dizer a verdade e lhe garante, ainda, o direito ao silêncio e à assistência de advogado”, escreveu. O ministro também decretou sigilo no caso.

Agora, a ex-diretora da pasta pode decidir se irá e, caso decida comparecer, se ficará em silêncio na CPMI. A data do depoimento ainda não foi confirmada. Procurada pela CNN, a defesa de Marília ainda não respondeu.

Mapa das eleições

O documento elaborado a pedido de Marília na inteligência do MJ mostrava as cidades em que o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o então presidente Jair Bolsonaro (PL) tiveram votação expressiva.

Segundo relatos obtidos pela CNN, a mensagem continha os locais de votação que registraram vantagem para Lula, em especial nas cidades da Bahia, mas também a Bolsonaro.

O arquivo faz parte da investigação da PF, que suspeita que Torres tenha dado orientações à Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar a chegada dos eleitores de Lula às seções eleitorais no segundo turno, quando aconteceram diversas blitzes, principalmente na região Nordeste, onde ele teve mais votos.

Em depoimento à PF, Marília disse que pediu a um servidor que fizesse o boletim de inteligência e, segundo ela, o objetivo era apurar “um indicativo de compra de voto”. A ex-diretora negou ter repassado os dados para a PRF e disse não ter conhecimento de Torres ter feito isso.

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Fonte: CNN Brasil

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