• qui. jan 23rd, 2025
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A Câmara dos Deputados aprovou nesta sexta-feira (7) o projeto de lei que devolve o voto de qualidade ao Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf).

Mas você sabe o que é o Carf e como funciona o voto de qualidade?

O Carf é um tribunal administrativo do Ministério da Fazenda no qual os grandes contribuintes — especialmente as empresas — “batem na porta” quando têm contestações a respeito de cobranças de impostos.

Ou seja, todas as questões envolvendo recursos, processos e tributos são tratadas pelo conselho.

O Carf foi criado em 2008 para simplificar as disputas sobre os impostos. Antes dele, as pessoas costumavam procurar diretamente a justiça para tratar destas questões, sem tentar uma instância administrativa, o que gerava uma grande fila de processos.

Os processos recebidos pelo Carf são avaliados por turmas, com oito votos (quatro indicados pelo governo e quatro pelo contribuinte).

Porém, como o número de votos par facilitava muito a ocorrência de empate nas decisões, criou-se o chamado voto de qualidade, que dava vitória automática ao governo quando o julgamento não tinha um resultado definido.

Em 2020, o voto de qualidade foi extinto. Com isso, em caso de empate no recurso, a vantagem passava a ser do contribuinte.

No início de 2023, o voto de qualidade foi retomado como medida provisória (MP).

Na época, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanhou 20 grandes processos que ocorreram no Carf e, em 19 deles, a vitória foi do governo — a maior parte devido ao voto de qualidade.

Com o retorno da medida, o governo federal espera reduzir um déficit fiscal estimado em R$ 59 bilhões por ano, por meio do aumento de arrecadação proveniente dos resultados positivos das disputas do Carf.

Segundo o Itaú BBA, há R$ 166 bilhões em disputa no conselho atualmente.

Das receitas adicionais que poderiam ser arrecadadas, os resultados favoráveis ao Carf representaram R$ 35 bilhões.

O governo também espera levantar mais R$ 15 bilhões com acordos tributários.

Mesmo em caso de decisão desfavorável, as empresas ainda podem recorrer ao tribunal para contestar a decisão.

*Publicado por Amanda Sampaio, com informações de Fernando Nakagawa, da CNN

Fonte: CNN Brasil

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