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Opinião: LE SSERAFIM mostra sinergia em segundo show da turnê “FLAME RISES”

ago 14, 2023
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O mundo é a ostra do LE SSERAFIM que, desde sua estreia, em maio do ano passado, já provou diversas vezes que as integrantes são grandes pérolas da indústria do k-pop. No domingo (13), a CNN assistiu à transmissão ao vivo do segundo dia de show de sua primeira turnê, LE SSERAFIM TOUR ‘FLAME RISES’, que aconteceu na Coreia do Sul.

O ato de abertura começou com “The World Is My Oyster”, que já define o clima da apresentação: com direito a fumaça e jogo de luzes, as cinco integrantes KIM CHAEWON, SAKURA, HUH YUNJIN, KAZUHA e HONG EUNCHAE surgem com suas expressões destemidas – aliás, o nome do girlgroup é um acrônimo de I’M FEARLESS, ou “Sou destemida”, em português.

Até que, de repente, cada uma delas cai de costas do palco elevado, o telão se “quebra” com efeito sonoro e visual de vidro se fragmentando e, enfim, ouvimos a música que fez o mundo conhecer o grupo feminino: “FEARLESS”.

Como sempre, elas estão sincronizadas e só dá para saber que estão cantando ao vivo quando se ouve suas respirações, de tão estáveis que estão os vocais. A coreografia complexa foi entregue de forma impecável.

A performance impressiona ainda mais por saber que se trata da primeira turnê do grupo, que provavelmente um dia vai olhar as fotos deste show no aniversário de 10 anos do LE SSERAFIM e pensar: “Lembra daquele dia?”.

LE SSERAFIM na TOUR ‘FLAME RISES’ em Seul. / Cortesia da SOURCE MUSIC.

Com certeza o nervosismo também devia estar presente, mesmo que isso não transparecesse no palco. Até mesmo integrantes mais experientes, como SAKURA, que já tinha 10 anos de experiência como idol antes de se tornar uma membro do girlgroup da SOURCE MUSIC.

Nascida no Japão (sim, há idols de k-pop de várias nacionalidades), ela fez parte dos grupos HKT48 e IZ*ONE – este último ao lado da líder do LE SSERAFIM, CHAEWON.

O background único de cada uma das integrantes torna o grupo ainda mais especial. A japonesa Kazuha, por exemplo, se dedicou ao balé desde os três anos de idade e estudava no Dutch National Ballet Academy em Amsterdã, na Holanda, quando foi selecionada pela agência de k-pop.

Se mudou para a Coreia do Sul na cara e na coragem, sem nem saber falar coreano fluentemente. Hoje, as coreografias do grupo sempre trazem um lembrete dos anos de bailarina da artista – a flexibilidade de Kazuha é sempre algo que muitas pessoas tentam imitar (e nem sempre conseguem). “Blue Flame” e “ANTIFRAGILE”, no show, mostraram bem essa habilidade.

YUNJIN é outro caso interessante. Nasceu na Coreia do Sul, mas cresceu em Nova York, nos EUA. Ela chegou a ter aulas de ópera no Ensino Fundamental e interpretou a personagem Carlotta do clássico da Broadway “O Fantasma da Ópera” na montagem de sua escola. De vez em quando você vai vê-la mostrando o talento vocal em programas de variedade.

Mas outra habilidade que mostrou no show foi o de tocar guitarra. Ela abriu a performance de “No Celestial” tocando o instrumento. Em vez de coreografia, as cinco integrantes começaram a cantar em microfones com pedestal e figurino digno de estrelas do rock. Quando CHAEWON entoava “I’m no freakin’ angel, I’m no freakin’ goddess”, era possível duvidar se, de fato, elas não são “anjos e deusas”.

Da esquerda para a direita: EUNCHAE, CHAEWON, YUNJIN, SAKURA E KAZUHA. / Cortesia da SOUCE MUSIC.

A caçula EUNCHAE tem apenas 16 anos, mas já impressiona com o tamanho do talento com tão pouca idade. Foi possível perceber como a adolescente desenvolveu mais confiança no palco desde sua estreia na indústria da música. A personalidade energégica cada vez aparece mais – algo que tanto a experiência como membro do LE SSERAFIM como também ser apresentadora do programa musical semanal “Music Bank” deve ter ajudado.

As notas altas da CHAEWON são outro ponto alto do concerto. Também com experiência no grupo IZ*ONE no currículo e até como participante do reality show “The King of Masked Singer”, a trajetória da artista com certeza colaborou para que um dia liderasse o LE SSERAFIM. Em um momento do show, ela confessou aos fãs que espera ser uma boa pessoa e influência para eles.

A dualidade das integrantes é notável. Em “Sour Grapes”, a cenografia se torna um jardim e elas mostram mais delicadeza na melodia doce da canção. Como surpresa para os FEARNOT [como se chamam os fãs], também cantaram uma música que ainda não foi lançada, a “We Got So Much Love”, que fala sobre toda a gratidão que sentem por eles. Já em “Flash Forward”, desceram do palco para se aproximar e interagir com o público.

Após mais uma troca de figurino rápida, as cinco artistas voltaram com “ANTIFRAGILE”, hit cuja coreografia tomou conta dos challenges de TikTok com a influência de reggaeton e refrão que fica o dia inteiro na cabeça. Ponto alto para o fato de que no final elas passaram a gritar “ANTIFRAGILE” com todas as forças. De frágeis elas não têm nada!

Em “The Hydra” foi impossível até mesmo piscar ao vê-las fazendo um dance break em um palco elevado com várias dançarinas de apoio. Na transição para “Eve, Psyche & The Bluebeard’s wife”, EUNCHAE fez o ato simbólico de morder uma maçã com uma flecha atravessada.

Da esquerda para a direita: KAZUHA, CHAEWON, YUNJIN, SAKURA e EUNCHAE. / Cortesia da SOURCE MUSIC.

A música tem um nome longo por um motivo: traz referências a histórias de três mulheres cuja curiosidade as incentivou a fazer algo proibido. Eva, que na Bíblia comeu o fruto com Adão; Psique, da mitologia grega, que adormece após abrir uma caixa de Perséfone, deusa do submundo; e a esposa do Barba Azul, de uma história francesa, que descobre corpos de antigas mulheres do marido em um quarto que ele a impedia de entrar.

“Eu sou uma bagunça em perigo, mas ainda somos as mais bem vestidas. Sem medo, diga sim, não nos vestimos para impressionar”, cantam. O grupo deixa bem claro que querem quebrar as expectativas da sociedade, mesmo que isso queira dizer desejar algo que é proibido, como essas três mulheres fizeram.

Foi apenas o segundo dia de show, mas LE SSERAFIM pareceu confiante e à vontade. Teve equilíbrio de performances bem coreografadas e poderosas, e as com maior foco nos vocais, além de muita interação com o público – seja o presencial ou o online.

As próximas datas serão em várias cidades pela Ásia. Aos FEARNOT brasileiros, o que resta é esperar que um dia confirmem datas na América Latina! É sonhar demais?

Fonte: CNN Brasil

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