O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), voltou atrás na indicação de Edmar Moreira Camata para a chefia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) após a apuração de publicações em redes sociais em que Camata apoia a Lava Jato e a prisão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A nova indicação de Dino é Antônio Fernando Oliveira, policial rodoviário federal.
No Painel CNN, os deputados federais Deltan Dallagnol (Podemos-PR), Ivan Valente (PSOL-SP), e Danilo Forte (União-CE) discutem a validade da troca de nomes e dos motivos que levaram à nova indicação em favor de Oliveira.
Dallagnol defendeu a nomeação de Camata, que foi secretário do Estado de Controle e Transparência do governo do Espirito Santo, “e como tal ele colocou o estado na posição número 1 com nota 10 em termos de transparência, mudando a realidade no tocante a transparência, o que é um fator muito importante pro combate à corrupção no estado, que é algo que merece ser reconhecido e elogiado”, afirmou o deputado.
“[A troca de nomes] mostra que aquele discurso do governo Lula e Dilma, de que não interferiria nas instituições, na polícia, de que jamais buscou interferir, que são instituições técnicas, é um discurso vazio, lançado por terra pelas ações, que desmentem as palavras”, disse Dallagnol.
O deputado Danilo Fortes afirmou que é natural que o governo não aceite nomes da oposição dentro das instituições, opinião que vai na linha do que pensa o deputado Ivan Valente. Fortes afirmou que conhece o ex-governador Flávio Dino “e sei que ele é uma pessoa da política, buscando talvez uma pacificação até e vendo, conforme Deltan colocou, um currículo tecnicamente perfeito, mas que na política é assim”.
“Você não vai ver no governo do Tarcísio em São Paulo ninguém do PT, como você não vê no governo do Ceará ninguém do União Brasil, porque somos oposição ao governo do PT do Ceará. Não pode levar para dentro das instituições a torcida política partidária que ele [Camata] defendeu até bem pouco tempo atrás, isso não vai ser concebível em lugar nenhum, em democracia nenhuma do mundo”, disse Fortes.
O deputado Ivan Valente destacou que “essa pessoa [Camata], a escolha dela, foi um ‘cochilo’, que foi revertido”. Sobre a validade da participação de alguém com o perfil de Camata para compor o quadro do governo de Lula, Valente afirma que “é óbvio que não, uma pessoa que tem um alinhamento ideológico político para uma operação como essa”.
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Fonte: CNN Brasil