Em debate do Painel CNN deste sábado (24), economistas criticaram os anúncios recentes do governo Luiz Inácio Lula da Silva de que pretende paralisar parte das privatizações que eram planejadas, e defenderam que a atração da iniciativa privada é necessária para levantar investimentos para o país que o Estado não tem sido capaz de realizar.
“Se olha o histórico brasileiro, os investimentos representam de 15% a 16% do PIB, sendo que a grande parte disso é do setor privado”, disse Leonardo Siqueira, que coordenou o programa econômico do candidato do Partido Novo à Presidência, Felipe D’Avila, e foi também eleito deputado estadual pelo partido em São Paulo.
“Temos que olhar o setor privado como um amigo que pode justamente alavancar os investimentos em infraestrutura, em diversos setores de que precisamos. (…) Precisamos ter o setor privado para aumentar nosso desenvolvimento econômico, através dos investimentos em infraestrutura.”
“Nem os municípios, os estados ou a União têm capacidade de investimento; os investimentos públicos chegaram a um recorde de baixa nos últimos anos“, disse Gesner Oliveira, sócio da consultoria GO Associados.
Ele menciona que as empresas privadas tendem a ser muito mais ágeis e eficientes tanto na gestão quanto na realização de projetos.
“O Estado e as estatais são tipicamente engessados. Há uma série de licitações, que têm que ocorrer mesmo, mas os investimentos não ocorrem com a agilidade necessária e o Brasil não dispõe da infraestrutura de que precisa”, disse.
O economista Joelson Sampaio, professor da Fundação Getulio Vargas, destacou a importância de um bom ambiente de negócios e também de agências reguladores fortes para uma agenda de privatizações e concessões benéfica tanto para as empresas quanto para os consumidores.
“É preciso ter um ambiente seguro do ponto de vista jurídico e regulatório, para manter a atividade desses investimentos”, disse.
“O investimento privado é para substituir, hoje, uma ausência da capacidade do Estado, mas não quer dizer que o Estado deixa de existir. Cabe, sim, a ele, ainda, a fiscalização e a regulação desses serviços”, acrescentou.
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Fonte: CNN Brasil