Em entrevista à CNN, nesta quarta-feira (7), o economista da ASA Investments e ex-secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, afirmou que a PEC do Estouro continua sem explicação de como o valor será pago pelo novo governo.
“Várias despesas foram excetuadas do tratamento do teto que ultrapassam R$ 50 bilhões, somados aos R$ 145, chegamos de novo aos R$ 200 bilhões. Do ponto de vista da sustentabilidade fiscal, a PEC não ficou mais palatável, ela continua tão pouco palatável quanto antes. Não só pelo valor continuar o mesmo, mas também pois continua sem nenhuma sinalização de como esse valor será pago no longo prazo”.
O especialista disse ainda que os parlamentares não estão tendo uma preocupação com relação ao impacto fiscal da proposta. “Na prática, [o gasto extrateto] continua passando de R$ 200 bilhões”.
Na noite desta quarta-feira, plenário do Senado Federal aprovou, em primeiro turno, a PEC por 64 votos a 16. Ainda haverá votação no segundo turno.
Na última terça-feira (6), a medida passou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) depois de acordo. O teto de gastos públicos foi expandido em R$ 145 bilhões por dois anos, viabilizando a manutenção do Auxílio Brasil, que pode voltar a se chamar Bolsa Família, em R$ 600 no próximo ano.
*Publicado por Pedro Zanatta, do CNN Brasil Business.
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Fonte: CNN Brasil