• qui. jan 23rd, 2025

Planalto se aproxima de partidos do Centrão e recebe demandas estaduais

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O Palácio do Planalto tem se aproximado de integrantes de partidos do Centrão e tentado estabelecer pontes com legendas que possam garantir uma base de apoio confiável ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos próximos meses.

Essas negociações têm sido lideradas pelo ministro Alexandre Padilha, da Secretaria das Relações Institucionais, e envolvem demandas apresentadas por parlamentares de diversos partidos, entre eles o Republicanos, o União Brasil, o MDB, o Progressistas (PP) e o próprio Partido Liberal (PL).

A CNN apurou que Padilha se reuniu ou conversou com integrantes desses partidos nos últimos dias e vem recebendo alguns pedidos desses congressistas para garantir a aproximação das legendas com o governo.

Entretanto, essas conversas não significam que os partidos necessariamente vão integrar formalmente a base de apoio ao governo. No caso do PL, por exemplo, as conversas não envolvem toda a bancada, mas uma ala da legenda que tem colocado internamente a vontade de se aliar com o Palácio do Planalto.

Segundo integrantes da administração federal ouvidos pela CNN sob reserva, o PL pretende entregar cerca de 20 votos dentre os 99 deputados da legenda.

A CNN ouviu também deputados do partido que demonstraram interesse em ter maior interlocução com o governo. Segundo eles, essa ala poderia ser ainda mais numerosa, de cerca de 30 deputados.

Republicanos, União Brasil e PP, além de alguns partidos com bancadas menores, como Podemos, Solidariedade e Patriota, também têm mantido interlocução com o governo.

O MDB, que já integra a base e indicou três ministros da Esplanada, também tem mantido interlocução para acertar indicações em alguns cargos de segundo escalão.

De acordo com pessoas envolvidas nas negociações ouvidas pela CNN, muitas das demandas são parecidas. Alguns partidos maiores demandam cargos mais importantes, como a direção da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba(Codevasf), autarquia estatal com alta capilaridade na liberação de recursos, especialmente no Nordeste.

Outros têm apresentado demandas mais regionais para atender interesses específicos de alguns deputados. São cargos em superintendências estaduais de autarquias, como a própria Codevasf e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).

Essas demandas paroquiais fazem parte da tradicional negociação que parlamentares fazem para ceder seu apoio ao Executivo. O governo costuma ceder e aceitar as indicações de técnicos feitas pelos partidos para essas vagas nas autarquias estaduais para garantir uma base de apoio mais sólida no Congresso Nacional.

Além disso, a Secretaria de Relações Institucionais, comandada por Padilha, também terá sob sua coordenação cerca de R$ 9 bilhões em emendas que eram do antigo orçamento secreto.

Essas emendas, que estavam sob o controle do relator do Orçamento, passaram a estar sob o guarda-chuva do governo federal, e sua liberação deve passar pelo crivo do Planalto.

O governo deve usar a liberação desses recursos como uma forma de garantir o apoio dos deputados e senadores nas votações no Congresso, especialmente na Câmara dos Deputados, onde o Planalto prevê uma relação mais difícil, principalmente nos primeiros meses de governo Lula.

Fonte: CNN Brasil

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