O futebol é importante para a cultura brasileira, mas não mais do que a vida humana, alertou o professor do Centro Universitário Hermínio Ometto, Marcelo Palhares.
Na última segunda-feira, morreu a torcedora do Palmeiras Gabriela Anelli, de 23 anos, que foi atingida no pescoço por uma garrafa durante confusão nos arredores do Allianz Parque, no jogo entre Palmeiras e Flamengo.
Estudioso sobre torcidas organizadas, Palhares, à CNN Rádio, afirmou que o futebol é “estruturalmente violento”, pautado em uma “masculinidade violenta” e, por isso, episódios como esse são recorrentes.
Ele lembra que, no caso específico de Gabriela, “a gente conseguiu encontrar o autor de um crime”: “Crimes são cometidos por seres humanos, não instituições, existem medidas de curto, médio e longo prazo.”
Entre os caminhos a serem seguidos, para o especialista, está a criação de um grupo de trabalho que envolva todos os atores do futebol.
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“São gestores, incluindo dirigentes e federações, polícias”, exemplificou.
De acordo com ele, a longo prazo, a meta “seria mudar a cultura futebolística violenta.”
“Nosso papel é debater, discutir e colocar proposições, para que o governo e estado tomem as medidas”, completou.
O professor defende que é preciso que seja mantido um “grupo permanente de estudo, com diálogo, para transformação da cultura violenta.”
Ele também indaga sobre a responsabilidade não só do autor do crime, mas do organizador.
“Há a questão da inteligência, torcidas que não podem se encontrar, é importante ver outros atores”, disse.
*Com produção de Bruna Sales
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Fonte: CNN Brasil