Campeã da Copa do Mundo Feminina, a melhor jogadora do mundo, Alexia Putellas, falou emocionada após a vitória da Espanha contra a Inglaterra neste domingo (20) sobre a indústria do futebol e a necessidade de a Fifa tomar nota dos problemas que as jogadoras de futebol enfrentam.
Questionada por jornalistas sobre as dificuldades enfrentadas pelas atletas na Colômbia, por exemplo, Putellas disse: “Me incomoda porque não é algo de um único país, é repetido. E é aí que a Fifa deveria observar.”
A duas vezes ganhadora da Bola de Ouro acrescentou que está preocupada com o efeito que os conflitos fora do campo têm sobre as jogadoras.
“Já é um esforço excessivo quando a jogadora tem que se concentrar apenas em treinar, se cuidar, se alimentar bem e deixar tudo no campo”, disse Putellas. “Toda a energia que você canaliza para a luta, para falar as coisas, são planos estratégicos… Somos jogadoras!”
Apesar dos temores pela situação do futebol feminino em geral, Putellas pediu às jogadoras que continuem lutando contra a injustiça.
“Eu diria às jogadoras para continuarem lutando, para se fazerem ouvir, para explicarem tudo da melhor forma e que tudo tem que mudar”, disse a espanhola. “Temos visto que, se você acreditar minimamente e fornecer algumas estruturas básicas, tudo funciona melhor.”
A Espanha foi uma das várias seleções que chegaram à Copa do Mundo Feminina de 2023 em meio a uma espécie de disputa entre as jogadoras e a federação. Há meses, muitas das principais jogadoras estão em desacordo com o técnico Jorge Vilda e a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), uma disputa que levou algumas estrelas de La Roja a não estar na campanha vitoriosa do Mundial.
Canadá, Jamaica e a vice-campeã Inglaterra estão entre as equipes que enfrentam conflitos com suas federações. As jogadoras da Seleção Feminina dos Estados Unidos chegaram a um acordo de igualdade salarial com a US Soccer em maio de 2022, após seis anos de disputas legais.
Putellas superou uma grave lesão no joelho esquerdo para estar apta a tempo do torneio na Austrália e Nova Zelândia, dizendo que o longo período de recuperação foi “como um mestrado” para ver o futebol de uma perspectiva diferente.
“Aprendi como funciona essa indústria e vocês, toda a mídia, também sabem como funciona”, disse a meio-campista do Barcelona.
“Perdi o romantismo, mas não dentro de campo. Na verdade, fiquei um ano sem treinar e quando comecei a treinar, para mim, era a vida. E os minutos que você tem, o vestiário… para mim isso é futebol, e o resto é indústria”.
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Este conteúdo foi criado originalmente em espanhol.
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Fonte: CNN Brasil